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CD 1

Rock Dust Light Star

Jamiroquai. Mercury Records. R$ 29,90. Pop/ dance.

É uma festa. Chega a ser incrível como Jay Kay consegue criar, em um disco, quase o mesmo clima que 15 mil pessoas vivenciaram durante sua apresentação em São Paulo, no ano passado, durante o Festival Natura Nós.

Primeiro álbum da banda Jamiroquai desde Dynamite (2005), Rock Dust Light Star é orgânico. Tudo foi gravado ao vivo – daí a sensação de se estar frente a frente com o maluco de cocar – e pelo menos cinco das 12 faixas têm potencial para se tornarem hits, o que não é muito difícil em se tratando da música pop, ensolarada e suingada criada pelo inglês.

As faixas transitam entre o funk, o jazz, o R&B e o soul. Com arranjos bem costurados, a voz se­­dutora de Jay Kay nos convida para dançar. Rock Dust Light Star, sétimo registro de estúdio, confirma a Jamiroquai como uma banda que se nega a mergulhar em modismos. Isso desde a estreia arrebatadora, com Emergency On Planet Earth (1993).

Ouça: a faixa de abertura, homônima ao álbum, flerta com a disco music sem exageros. A voz agradável de Jay Kay se sobressai. Já em "Never Gona Be Another", o groove do sou reina absoluto. Impossível ficar indiferente. (CC)

Exposição

Os Modernos Brasileiros + 1

Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999), (41) 3350-4400. De terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. Até 30 de janeiro. Ingressos: R$ 4 e R$ 2. Design de móveis.

Vale a pena dar uma passada no Museu Oscar Niemeyer e curtir a exposição Os Modernos Brasileiros +1, em cartaz na Sala Miguel Bakun. Móveis criados por arquitetos, desenhistas e marceneiros que modernizaram o mobiliário do país no século 20 estão lá, causando diferentes impressões.

Em sua maioria, são móveis de linhas simples e modernas, sem enfeites desnecessários. Há também uma curiosa cama em forma de barco, de madeira, criada pelo arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik (1896 - 1972) para o filho, no fim dos anos de 1920. Cedida pelo neto de Warchavchik, Carlos War­­chav­­chik, a peça serviu a três ge­­rações da família. Outros grandes nomes do design de móveis participam da exposição, como Lasar Segall, John Graz, Flávio de Carvalho, Vilanova Artigas, Carlo Hauner, Geraldo de Barros, Giuseppe Scapinelli, Jean Gillon e Joaquim Tenreiro.

Não perca: o cartão de visita da mostra é composto por duas peças extraordinárias do arquiteto Oscar Niemeyer: o "Banco Marquesa", de madeira laminada e ebanizada, com assento em palha uma das estrelas brasileiras da época, anos 1970 – e a "Espreguiçadeira com Ba­­lan­­ço", do mesmo período, feita com madeira vergada e ebanizada. (CC)

Livro

Os Manuais de Desenho da Escrita

Maria Helena Werneck Bomery. Ateliê Editorial, 288 págs., R$ 105. Artes gráficas.

Belo livro de dimensões grandes (21,6 cm de largura e 35,6 cm de altura) e capa dura, Os Manuais de Desenho da Escrita parte, como o título sugere, do comentário de obras de referência para o desenho da escrita que marcaram quatro períodos distintos e revolucionários: o Renascimento com Ludovico degli Arrighi (século 16), o Neoclássico com Giambattista Bodoni (século 19), as vanguardas do século 20 encabeçadas por Jan Tschichold (1928) e o estilo internacional de Emil Ruder (1967).

Doutora pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Maria Helena Werneck Bomery procura fazer uma compilação dos conceitos mais significativos de cada época, falando sobre o desenvolvimento da escrita e sobre a maneira de apresentar uma mensagem para o leitor.

Por que ler? A tipografia é considerada o avanço mais importante da civilização depois da invenção da escrita, permitindo a disseminação desta em escala global. Volume é o oitavo título da Coleção Artes do Livro, publicada pelo Ateliê Editorial, e analisa as letras e os seus desenhos em relação aos suportes em que são utilizados, sem ignorar as transformações que sofreram ao longo do tempo, embaladas pelas novas tecnologias. (IBN)

DVD 1

Coco Chanel & Igor Stravinsky

França, 2009. Direção de Jan Kounen. Classificação indicativa: 14 anos. Para locação. Drama.

Mais autoral do que Coco Antes de Chanel, cinebiografia de Anna Fontaine estrelada por Audrey Tautou, o longa-metragem Coco Chanel & Igor Stravinsky, dirigido por Jan Kounen, foca suas atenções, de maneira contida e elegante, no relacionamento turbulento entre a estilista e o compositor russo Igor Stravinsky.

Em 1913, a jovem Coco, em be­­la in­­terpretação de Anna Mou­­glalis, começa a se destacar no mun­­do da moda, ao mesmo tempo em que o compositor, vivido por um imponente Mads Mik­­kel­­sen (o vilão de Cassino Roy­­ale), desponta no cenário artístico ocidental com o inovador balé A Sagração da Primavera, em Paris, que arrebata a jovem estilista.

Anos mais tarde, devastada pela morte do seu amante, Boy Capel, Coco conhece mais de perto Stravinsky, recém-chegado a Paris como exilado da nova União Soviética, e oferece sua casa de campo para abrigar o músico e sua família. É o início de uma relação tórrida e tumultuada entre os dois artistas.

Fique atento: à magnífica sequência de abertura do longa, que mostra os preparativos para a estreia do espetáculo com música de Stravinsky e coreografia do mítico Nijinski, que rompeu com ge­­nialidade a fronteira entre o clássico e o moderno, para desespero de uma plateia conservadora. Enche os olhos a direção de arte, que re­­constroi elegantemente o art-déco geométrico que despontaria em meados dos anos 20. (AV)

DVD/CD

Theatre of Death – Live at Hammersmith 2009

Alice Cooper. Universal Music. preço médio: R$ 49,90. Rock.

"Eles continuam o matando e ele continua voltando dos mortos". Escrita em letras vermelhas que imitam sangue esparramado na contracapa, a frase define o DVD/CD Theatre of Death – Live at Hammersmith 2009, mais novo produto do catálogo do rei do shock-rock, Alice Cooper.

A descrição faz todo o sentido: Cooper "morre" pelo menos quatro vezes durante os 91 minutos do show, último da turnê mundial Theatre of Death, gravado em julho de 2009 no lendário Ham­­mer­­smith Apollo, em Londres.

Fique atento: famoso por suas apresentações ao vivo, repletas de cenas teatrais violentas e efeitos de horror, o ro­­queiro de 61 anos é submetido às mais variadas (e sádicas) mortes, incluindo guilhotina, forca e uma seringa de quase 2 metros de altura. No mínimo, engraçado!

Isso sem contar o repertório caprichado, que reúne 26 canções, incluindo os maiores hits de Cooper, como "School’s Out" (que abre e fecha a apresentação), "I’m Eighteen", "Poison" (em que o vocalista é "atacado" pela seringa gigante) e "No More Mr. Nice Guy". Há ainda espaço para canções gravadas por ele na última década, entre elas, "Dirty Dia­­monds," "Wicked Young Man" e "Vengeance Is Mine", além das mais obscuras "Guilty" e "Nurse Rosetta". Diversão na certa para fãs bem-humorados de rock-and-roll clássico. (JG)

CD 2

Red Barked Tree

Wire. Pink Flag. Importado. Preço médio: US$ 17. Pós-punk.

Parte indispensável no desenvolvimento do pós-punk britânico, a banda inglesa Wire lançou, no início desta semana, o resultado de mais um retorno às atividades: Red Barked Tree, seu 12.º álbum de estúdio em 34 anos de carreira.

Entre diversas idas e vindas – na mais recente, em 2008, quando foi lançado o disco Object 47 –, o grupo perdeu o guitarrista e cofundador Bruce Gilbert, que deixou a formação. Mas, mesmo em formato de trio, Colin New­­man (guitarra e vocal), Gra­­ham Lewis (baixo e vocal) e Robert Gotobed (bateria) continuam a compôr canções que atestam a boa reputação da banda entre as novas gerações – eles são citados como grandes influências de R.E.M. a Franz Fer­­dinand.

Preste atenção: o punk cerebral que a destacava das demais formações do gênero no fim dos anos 70 continua presente em faixas como "Two Minutes" e "Moreover". A também característica faceta experimental do Wire também reaparece na faixa que dá nome ao disco, "Red Barked Tree". Lúgubre e repleta de versos revoltados ("por favor tire sua faca das minhas costas/e quando fizer isso não a torça"), a canção de abertura "Please Take" exala vigor, texturas e melodias na medida certa. A grande novidade, no entanto, fica por conta da balada "Adapt", dotada de uma ingenuidade quase juvenil. (JG)

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