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CD 1

Tourist History (foto ao lado)

Two Door Cinema Club. Rock. Lab 344. Preço médio: R$ 24,90. Electropop.

O selo Lab 344 continua a lançar bons discos no Brasil. Agora é a vez da banda irlandesa Two Door Cinema Club ter suas mú­­sicas editadas por aqui. Tourist History é o disco de estreia do trio, e lembra muito bandas de electropop atuais, como Phoenix e Passion Pit, embora com arranjos mais elaborados, deliciosos beats e sintetizadores certeiros.

Outras influências, como Death Cab for Cutie também surgem – como por exemplo na faixa "Something Good Can Work". A pegada de "What You Know" também é inconfundível. Two Door Cinema Club é uma banda que pode fazer sucesso na pista de dança – eles fizeram um show concorido no MECA Festival, no Brasil, neste ano – e, da mesma forma, arrancar sorrisos e assovios de quem os ouve no carro ou na solidão dos fones de ouvido. No disco, ainda há remixes de bandas similares, como Passion Pit, Cassian e The Twelves.

Por que ouvir? O som lembra muitas bandas que mesclam o rock/pop ao eletrônico, mas as composições são acima da média. Em se tratando de disco de estreia, vale a pena ficar atento. (CC)

Revista

Serrote 7 (foto 1)

Instituto Moreira Salles. 250 págs. R$ 32,50.

A nova edição da revista quadrimestral publicada pelo Instituto Moreira Salles (IMS) é uma fonte de alegria para qualquer leitor interessado. O número sete tem um texto raro de Lucian Freud, o pintor, antecedido por fotografias do artista em seu ateliê. Ainda em relação às imagens, há fotos do escritor James Joyce em Paris, pouco antes de publicar Finnegans Wake em 1939, e um ensaio sobre os estragos da chuva na região serrana do Rio de Janeiro.

Preste atenção: Na parte textual, a revista antecipa o posfácio de Otávio Frias Filho para a reedição de O Jornalista e o Assassino, de Janet Malcolm, a sair pela Com­­panhia das Letras. Gertrude Stein e Fran Lebowitz escrever com bom humor sobre envelhecer, enquanto o britânico Geoff Dyer compõe um ensaio pessoal sobre as lições que aprendeu com os pais que trabalhavam duro e tinham muito pouco. Para marcar o lançamento da revista, o IMS vai lançar um concurso de ensaio. As regras serão colocadas no site nos últimos dias deste mês (www.ims.com.br). (IBN)

DVD

A Suprema Felicidade (foto 2)

Brasil, 2010. Direção de Arnaldo Jabor. Paramount Pictures. Classificação indicativa: 16 anos. apenas para locação. Drama.

O filme marca o retorno de Ar­­naldo Jabor à direção de cinema, com um resultado ao mesmo tempo intimista e exuberante. Pauli­nho (Jayme Matarazzo) cresce no pós-guerra carioca vendo os pais se afastarem entre tapas e beijos, e de­­cide que precisa ser diferente deles. Passa então por inúmeras provações na descoberta da sexualidade, tensão que leva a cenas tão bizarras que chegam a ser interessantes.

Em sequências dentro de boates, proliferam personagens femininas que remetem a perturbadoras divas, pálidas e de lábios vermelhos. O encantamento/estranhamento também vem em imagens de ectoplasmas e máscaras de carnaval.

O longa faz uma homenagem às canções amadas do cinema da época, que contribuem para o clima de nostalgia. A atuação de Mar­­co Nanini, Elke Maravilha, Mariana Lima e Dan Stulbach também são pontos fortes.

Curiosidade: É interessante notar como as variadas experiências do cinema nacional nesses 14 anos em que Jabor ficou longe das gruas não fizeram com que o diretor abandonasse a opção por mostrar o Brasil do carnaval. Ce­­nas com blocos de foliões pipocam pelo filme. (HC)

Livro

Rebelião em Tortoni (foto 3)

Pablo Bernasconi. Girafinha. 34 págs. R$ 30. Infantojuvenil

O premiado escritor e ilustrador argentino Pablo Ber­nas­­coni, após surpreender pú­­blico e crítica com livros como O Diário do Capitão Arsenio e Excessos e Exageros, retorna às livrarias com Rebelião em Tortoni, livro em que apresenta um sujeito que, de um segundo para o outro, tem a sua vida transformada devido ao excesso de perguntas em sua cabeça.

Imperdível: Apesar de catalogado como infantojuvenil, Rebelião em Tortoni é um livro para leitores de todas as idades. O personagem central, Tortoni, um pacato cidadão de uns 20, 30 anos, começa a coçar a cabeça e, por meio de um furinho, todas as suas perguntas e ideias passam a ser vistas, e lidas, pelas pessoas que estão ao seu redor. Ele perde o emprego, os amigos e a paz. Texto e imagem dialogam harmonicamente, uma vez que Bernasconi é escritor e desenha. A obra, nas linhas e entrelinhas, sugere que a reflexão, mesmo silenciosa, pode ser o motor do mundo. (MRS)

CD 2

Safari Disco Club (foto 4)

Yelle. Downtown. Preço médio: R$ 57 (importado). Electropop.

Depois de quatro anos do ál­­bum de estreia, Pop-up, o trio francês Yelle põe sua popularidade à prova com Safari Disco Club, lançado mundialmente no último dia 14 março – e se sai muito bem.

Sem abrir mão da língua francesa e com tempero mais electropop do que o antecessor, o novo trabalho chegou às prateleiras das lojas promovido por um videoclipe ambicioso, de mais de oito minutos de duração, abrangendo, numa tacada só, as duas primeiras faixas, "Safari Disco Club" e "Que Veux-Tu".

Por que ouvir? O foco no elec­­tropop deverá fazer com que Safari Disco Club tenha vida ainda mais longa nas pistas de dança do que Pop-up – que rendeu dois hits para os setlists dos DJs: "Je Veux Te Voir" e "À Cause des Garçons".

No novo álbum, além das duas primeiras músicas de trabalho, há outras para lá de memoráveis, para agitar qualquer festa, como "C’est pas une Vie", "Comme Un Enfant" e "Le Grand Saut". (TR)

CD 3

Several Shades of Why (foto 5)

J Mascis. Sub Pop. Preço médio: US$ 12 (Importado). Rock alternativo.

No livro Our Band Could Be Our Life: Scenes from the American Under­ground, 1981–1991, publicado em 2001 pelo jornalista norte-americano Michael Azerrad, o guitarrista e líder do trio Dinosaur Jr., J Mascis, é descrito como o "primeiro guitar hero indie americano". Não é para menos. Ao longo de seus 45 anos, Mascis aperfeiçoou, como nenhum outro instrumentista de sua geração, a técnica de aliar guitarras distorcidas (em altíssimo volume!) a melodias adocicadas, moldadas pelo pop.

Em seu primeiro disco totalmente solo, o recém-lançado Seve­ral Shades of Why, Mascis resolveu desafiar a si mesmo e fazer tudo diferente: trocou a guitarra pelo violão e compôs dez canções exclusivamente acústicas. Mas o fez sem abandonar o DNA melódico característico do Dinosaur Jr., aqui adapatado aos moldes de grandes influências do guitarrista, como Neil Young, Fairport Convention e Crosby, Stills & Nash.

Por que ouvir? O resultado é surpreendente. Impossível não cantarolar os versos das melancólicas "Not Enough" e "Is It Done", em que Mascis canta ao lado de Ben Bridwell, vocalista do grupo Band of Horses. Outros músicos também ajudam Mascis a criar as belas atmosferas do álbum, entre eles Kevin Drew (Broken Social Scene), Kurt Vile, Pall Jenkins (Black Heart Procession) e a violonista Sophie Trudeau (A Silver Mount Zion). (JG)

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