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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Gael García Bernal ganhou uma aura cult no cinema em filmes como Amores Brutos e E Sua Mãe Também. O ator mexicano é a grande estrela de O Passado, como comprovaram os eventos de imprensa realizados semana passada, em São Paulo. Bernal estava sempre cercado pelos fotógrafos e, algumas vezes, não escondia o ar de espanto pelo rebuliço que sua presença estava causando.

Mas o ator encarou tudo com muito bom humor. Quando, na coletiva, um repórter disse que agora ele era um astro hollywoodiano, respondeu, aos risos, que a vez que havia estado mais perto de Hollywood foi quando filmou na cidade mexicana de Tijuana. Depois, mais sério, revelou que decidiu fazer O Passado pelo desejo de trabalhar com Hector Babenco, que admirava desde ter visto Pixote. "E também a história, pois o contexto é de um filme argentino, mas é uma história universal. É um tipo de personagem que nunca havia feito, de um pai. Queria muito fazer esse papel", revela.

A visão masculina das mulheres apresentada por Hector Babenco assustou um pouco as atrizes do filme, principalmente Moro Anghileri, que vive a ciumenta Vera, uma das amantes de Rímini (Bernal). "Uma coisa foi fazer o filme e outra foi vê-lo na tela. Durante as filmagens, foi divertido. Ao ver não gosto, choquei-me com algumas coisas, não compreendo algumas coisas que estão no filme", confirma a intérprete argentina.

Analía Couceyro, cuja personagem Sofía é um verdadeiro fantasma vivo a atormentar Rímini por toda a trama, aponta que só faltou uma música no estilo de Psicose para acompanhar as cenas em que aparece. "Algumas mulheres me dizem que se sentem como Sofía, às vezes. No filme, é algo mais concentrado, ela parece um monstro. Mas não é algo como Atração Fatal", opina.

O trio de atrizes do elenco principal, que inclui ainda Ana Celentiano (Carmem) diz que foi difícil trabalhar com o diretor, que definem com uma pessoa complicada em si mesmo em qualquer situação. "Mas ele também é encantador, tem admiração pelos atores. Foi inquietante observá-lo, parece uma pessoa muito estranha, mas não no mau sentido. Ele tem uma visão muito particular sobre as coisas", conclui Anghileri.

O Passadomarca ainda a última atuação de Paulo Autran no cinema. O ator brasileiro faz uma pequena participação cômica na história, na pele de um atrapalhado palestrante. "Pensei em Woody Allen e em Paul Auster para fazer o personagem. Mas eles roubariam a cena do filme, e queria algo mais anódino. Chamei o Paulo Autran e lhe disse que era para fazer um personagem insignificante. Ele disse que não há um personagem que não exista para um ator", lembra Babenco, revelando que Autran baseou sua interpretação nos filmes do diretor Jacques Tati.

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