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Da esq. para a dir.,Teca Sandrini, Amilcar de Castro, Tuca Nissel, Maria Augusta Araujo Nissel e Ligia Borba, em 1997 | Gilson Camargo/Divulgação
Da esq. para a dir.,Teca Sandrini, Amilcar de Castro, Tuca Nissel, Maria Augusta Araujo Nissel e Ligia Borba, em 1997| Foto: Gilson Camargo/Divulgação
  • Ibakatu segue provisoriamente sem espaço aberto ao público

Quem passa pela Rua Itupava, no Alto da XV, e não vê mais a Ybakatu Espaço de Arte em funcionamento imagina logo: "Ih, fechou". Que nada. A galeria de arte contemporânea criada há 15 anos não está mais na aprazível casa pertencente à família de sua proprietária, Tuca Nissel, mas segue firme.

Por enquanto sem um espaço aberto ao público, uma vez que a sala alugada para abrigar a galeria provisoriamente está em reformas. Mas já anote o endereço: Rua Francisco Rocha, 62 – loja 6. "É um lugar pequeno, num conjunto comercial, que servirá até encontrarmos um espaço com localização adequada para abrigar a galeria", diz Tuca, que deve inaugurá-lo em setembro.

Se as exposições, sempre com curadorias convidadas, estão temporariamente suspensas, os artistas da Ybakatu continuam sendo representados mundo afora. Tuca retornou recentemente de duas feiras: a Arco, em Madri, para onde levou obras de Isaque Pi­­nheiro, Rogério Ghomes e Tatiana Stropp, e a Volta, em Nova York, com trabalhos do curitibano C. L. Salvaro, que atualmente faz residência artística em Belo Horizonte como selecionado da Bolsa Pampulha 2010. Ele participa, representado pela galeria, da sessão de projetos especiais da SP Arte, que se realiza de 12 a 15 de maio, no Pavilhão da Bienal, em São Paulo. Outros artistas participam do estande da Ybakatu no evento: Alex Flemming, Claudio Alvarez, Debora Santiago, Isaque Pinheiro, Rogério Ghomes, Sonia Navarro, Tatiana Stropp e Was­­hington Silveira.

Para Tuca, as feiras de arte contemporânea, mesmo sendo eventos focados na venda de obras de arte, são uma ótima vitrine seja para o artista ou para a galeria. "Principalmente para o artista, porque o estande é visitado por curadores independentes e de instituições, ou seja, há visibilidade internacional", diz.

A galeria já participou da Volta, em Basel, na Suíça, em 2010, e esteve por quatro vezes na Arco, sendo que em 2008, ano em que o Brasil era o país convidado, foi um dos espaços de arte selecionados por curadores do evento – normalmente, as galerias pagam pelo estande, mas depois se se­­rem selecionadas por um comitê curatorial. "As feiras têm intuito comercial, mas é preciso saber aproveitar as oportunidades. Pode acontecer de não vendermos, mas conseguimos estabelecer contatos que podem gerar frutos", justifica a galerista.

Intercâmbios

Sempre com uma proposta contemporânea, a Ybakatu foi somando artistas nacionais e estrangeiros ao rol de paranaenses representados. "Também é importante promover intercâmbios para que os artistas daqui entrem no circuito internacional", diz Tuca. Foi assim que ao mesmo tempo em que a espanhola Sonia Navarro exibia o­­­bras na Ybakatu, a curitibana Débora Santiago expunha na galeria T20, em Múrcia, na Espanha.

Em 15 anos de existência, a galeria – cujo nome em tupi significa "árvore que dá bons frutos" –, coleciona alguns mo­­mentos marcantes. "Sempre curti todas as exposições, participo de cada montagem, e cada uma tem uma importância única. Mas um momento que me deu muita emoção foi trazer (o escultor) Amilcar de Castro para expor aqui, em 1997. Ele só tinha vindo uma vez à cidade, fez um bate-papo com artistas e estudantes", conta a galerista formada em escultura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap). Poucos anos depois, em 2002, ele morreria.

Se, por um lado, a falta de um mercado de arte torna difícil a vida de galeristas contemporâneos em Curitiba, por outro, Tuca ressalta os inúmeros bons artistas que se formam aqui. "Conheci trabalhos de outros artistas que iam até a galeria com quem gostaria de trabalhar, mas não posso representar tantos nomes. É muito difícil que uma galeria de São Paulo venha buscar um artista aqui. Pelo porte da cidade e pela quantidade de bons artistas, deveria haver mais galerias de arte contemporânea, o problema é que não há mercado", diz Tuca.

Serviço: Galeria Ybakatu (Rua Francisco Rocha, 26 - loja 6), (41) 9999-6816/ (41) 3264-4752.

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