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O Galpão optou por cenários reduzidos para valorizar a força das palavras do texto de Tio Vânia (aos Que Vierem Depois de Nós) | João Caldas / Divulgação
O Galpão optou por cenários reduzidos para valorizar a força das palavras do texto de Tio Vânia (aos Que Vierem Depois de Nós)| Foto: João Caldas / Divulgação

Grupo conhecido pela exuberância de suas montagens, o Galpão, de Belo Horizonte, estreia nesta sexta-feira, com ingressos esgotados no Teatro Bom Jesus, o intimista e psicológico Tio Vânia (aos Que Vierem Depois de Nós) (confira o serviço completo).

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A mudança de estilo desses atores com quase 30 anos de estrada e que já encantaram o Festival de Curitiba com um Romeu e Julieta vistoso e popular está sendo encarada como um passo a mais na carreira do Galpão. "É bom para a gente não se acomodar", diz Antônio Edson (o "Toninho"), que interpreta o protagonista que dá nome à peça de Anton Chekhov (1860-1904).

Escrito entre 1896 e 1897, o drama conta a história de um professor aposentado, Serebriakoff, que chega com sua jovem e bela esposa Helena à propriedade rural de sua filha, Sônia. A estada balança os alicerces daquele habitat e atrapalha os corações de seus moradores.

Como pano de fundo, a crise da idade que avança e os questionamentos: "Para que serviu minha vida?" e "O que eu faço com o tempo que ainda tenho?".

O tema foi facilmente internalizado pelos integrantes do Galpão, que se aproximam da meia idade mas são chamados pela diretora Yara de Novaes de "meninos". Ela foi convidada pelo grupo para esse trabalho, seguindo uma tradição da trupe de se expor a novas influências.

Durante a pesquisa para a montagem, Yara até tentou a desconstrução do texto, mas percebeu que o resultado daria numa dramaturgia menor do que a oferecida pelas palavras de Chekhov.

"Não me interessa se ficou ousado ou não, e sim que essa era a peça que tínhamos que fazer neste momento", diz Yara.

Pelas fotos distribuídas à imprensa, é possível perceber que, apesar do minimalismo, a exuberância do Galpão permanece no figurino e na atuação. "Precisei conter a expressividade das mãos porque os personagens nunca explodem, é como se implodissem", explica Mariana Muniz, atriz convidada que interpreta Sônia. Resta a força das palavras.

A profundidade das personagens deixou o grupo muito animado com esse trabalho e crente que Tio Vânia responde todos os questionamentos possíveis. "É um universo como o de Shakespeare", compara Yara.

Serviço:

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