• Carregando...
Na peça Geração Whatever, seres andróginos e personagens sem sentimentos | Divulgação
Na peça Geração Whatever, seres andróginos e personagens sem sentimentos| Foto: Divulgação

Coreografias

Balé Guaíra estreia Drama

No final de um ano muito produtivo, o Balé Teatro Guaíra ainda estreia uma coreografia para seus fãs: Drama, de Carmem Jorge, que tira inspiração das memórias de cada bailarino do grupo, em criação coletiva. De acordo com a coreógrafa, a palavra que resume a obra é "sim". A iluminação é de Beto Bruel, os figurinos de Roberto Arad, o cenário de Fernando Marés e a música do compositor Vadeco. As sessões, hoje e amanhã, às 21 horas, e no domingo, às 19h, no Teatro Guaíra (Pça. Santos Andrade, s/nº), incluem reprises das belíssimas Caixa de Cores e Treze Gestos de um Corpo.

Todo mundo conhece o aspecto "ciborgue" da geração Y – jovens nascidos a partir de 1981, que cresceram em meio às inovações digitais e dominam teclados e telas como se fossem uma escova de dentes. O que o diretor de teatro Cesar Almeida quer abordar, agora, é a busca frenética dessa parcela da população por momentos de felicidade, supostamente sem muito embasamento em moral ou ética. "É como vejo a sociedade caminhando", disse, em conversa com a Gazeta do Povo.

Apesar de questões geracionais como essa levarem anos para aparecer em textos acadêmicos, Almeida encontrou duas análises para dar suporte à sua pesquisa na obra do filósofo irlandês Michael Foley (A Era da Loucura – Como o Mundo Moderno Tornou a Felicidade uma Meta (Quase) Impossível) e do escritor francês Pascal Bruckner.

Da observação e das leituras, surgiu a peça Geração Whatever, que estreia hoje no miniauditório do Guaíra. O título remete à expressão em inglês que significa "tanto faz".

O texto, Almeida define como "contundente e de muito frescor". Entre os personagens, um homem e uma mulher, dois seres andróginos e um pastor "semirreligioso", todos enredados em uma trama não linear nem realista. Suas existências se cruzam em flashes ao longo da vida, em ações que deixam transparecer comportamentos "fúteis, irresponsáveis e politicamente incorretos".

Apesar de a obra fazer uma crítica à mentalidade da juventude contemporânea, é difícil determinar o estágio de maturidade de cada personagem, porque, na opinião do diretor, hoje "o comportamento já não é compatível com a idade".

Apesar de esse parecer um cenário saído do apocalipse, Almeida garante que a identificação do espectador será "inevitável em algum momento", já que os assuntos tratados pelo texto são cotidianos.

Serviço

Geração Whatever. Miniauditório do Teatro Guaíra (R.Amintas de Barros, s/nº), (41) 3304-7982. Texto e direção de Cesar Almeida. 5ª a sáb., às 21h, e dom., às 20h. R$30 e R$15 (meia/quintas-feiras/Clube do Assinante Gazeta do Povo). Até 18 de dezembro. Classificação indicativa: 16 anos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]