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As bailarinas de Giselle utilizam o tutu de estilo romântico, indumentária que marcou época até nas ruas do século 19 | Nilson Bastian/Divulgação
As bailarinas de Giselle utilizam o tutu de estilo romântico, indumentária que marcou época até nas ruas do século 19| Foto: Nilson Bastian/Divulgação

Quem procurar grandes estrelas no elenco de Giselle, que a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil traz a Curitiba nesta sexta-feira, irá encontrar, no lugar delas, bailarinos ainda em formação. Esse foi o formato escolhido pelo diretor artístico Cesar Lima para prestigiar o trabalho duro dos alunos.

Dançarão no Teatro Positivo: como protagonista da peça romântica, Amanda Gomes, de apenas 16 anos; como o nobre Albrecht, Vinícius Veiga; e o camponês Hilarion será interpretado por Diego da Cunha. "É uma peça que sempre foi apresentada com primeiros bailarinos convidados. Ousei não convidar ninguém", revelou Lima em conversa com a Gazeta do Povo, por telefone, pouco antes de pegar a estrada Joinville–Curitiba.

E é grande o desafio do trio. A coreografia, apesar de ser uma das mais dançadas pelos corpos de balé de todo o mundo, apresenta várias dificuldades técnicas. Além disso, existe a responsabilidade de se estar dançando a obra-prima do movimento romântico sobre sapatilhas.

Criada para a estreia em 1840, em Paris, a trama conta a história de uma camponesa muito frágil que é cortejada pelo senhor de seu feudo, o nobre Albrecht. Quando o confronta cumprimentando sua noiva, a jovem morre de desgosto. O falecimento da virgem lança sua alma à condição de "willi", seres espectrais capazes de capturar homens e obrigá-los a dançar até a morte. É o que acontece com Hilarion, camponês que a amava e que adormecera chorando diante de seu túmulo. Mas, quando chega a vez de castigarem seu desejado Albrecht, Giselle, que ainda mantinha sentimentos humanos, intercede por sua vida e acaba dançando em seu lugar para libertá-lo.

A cena, clímax do segundo ato, tem visual fantasmagórico em que as bailarinas-espíritos usam o tutu romântico, longo, e não curto e armado. A versão pelas canelas chegou inclusive a fazer a moda das ruas no século 19.

"O romantismo era um estado de espírito que se contrapôs ao racionalismo. Então, os dramas humanos e amores trágicos prevalecem", explica Lima.

Trazendo a obra a Curitiba, cidade onde a companhia faz a quarta apresentação de Giselle, o diretor está tranquilo quanto à decisão de colocar alunos nos papéis-título. "Eles estavam preparados e corresponderam com louvor."

Confira a programação no Guia Gazeta do Povo.

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