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Atualizado em 16/01/2007 às 12h30

A noite era para ser de "Os infiltrados". E Martin Scorsese levou seu prêmio de melhor diretor. Clint Eastwood também subiu no palco e se contentou com o prêmio de melhor filme de língua estrangeira ("Cartas de Iwo Jima"). "Dreamgirls" estava bem cotado e saiu com três prêmios, incluindo melhor ator coadjuvante para Eddie Murphy. E "Babel"? Quem acompanhou a 64ª edição do Globo de Ouro teve que esperar mais de três horas da cerimônia para ver o longa "globalizado" de Alejandro González Iñarritu - o mais indicado, concorrendo em sete categorias - sair com o esperado troféu da noite, o de melhor filme dramático do ano.

Assim foi a decisão da Associação de Correspondentes Estrangeiros em Hollwyood. Pulverizou os prêmios, deixando o panorama do Oscar bem confuso. Todos os filmes citados acima estarão sem dúvida entre os indicados (a serem anunciados dia 23) do maior prêmio do cinema americano. Mas vai ser difícil apostar em favoritos.

Com o eleitorado formado por críticos do mundo todo, a premiação para "Babel", que estréia esta sexta-feira (19) no Brasil, ficou meio óbvia. Falado em inglês, espanhol, árabe e japonês, o longa mostra como uma negociação com armas interfere na vida de pessoas de vários cantos do mundo. No elenco estão Brad Pitt (que apareceu na cerimônia ao lado de Angelina Jolie), Cate Blanchet e Gael García Bernal.

O diretor Alejandro Gonzalez Iñarritu subiu ao palco para agradecer mostrando-se surpreso. Tenso mas bem-humorado, brincou com o ator e governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, que lhe entregou o prêmio de muletas (ele se recupera de uma cirurgia na perna fraturada em um acidente de esqui).

- Juro que tenho meus papéis em ordem governador -disse Iñarritu, que é mexicano residente nos EUA.

Sobre seu filme globalizado, comentou:

- Não importa a quantidade de línguas, o poder do cinema é universal - resumiu Alejandro, como resposta a críticas de americanos a filmes com legendas.

"Babel" concorria com "Bobby", "Os infiltrados", "Pecados íntimos" e "A rainha". Este último ficou com o prêmio mais óbvio da noite, o de melhor atriz para Helen Mirren, além de melhor roteiro. A britânica, que interpreta Elizabeth II no longa-metragem exibido no Festival do Rio e inédito em circuito no Brasil, ganhou ainda o Globo de Ouro por viver uma outra rainha. Mirren foi eleita melhor atriz de série de TV por seu papel-título "Elizabeth I".

Depois de ser escolhido melhor ator do ano pelo Screen Actor's Guild - o Sindicato de Atores de Hollywood - Forest Whitaker abocanhou o Globo de Ouro pelo trabalho em "O último rei da Escócia" (inédito no Brasil). O ator desbancou Leonardo Di Caprio (que concorria duas vezes por "Diamante de sangue" e "Os infiltrados"), Peter O'Toole ("Venus") e Will Smith ("À procura da felicidade") e confirmou ser o favorito ao Oscar.

O prêmio de melhor ator de musical ou comédia foi para Sacha Baron Cohen, da sensação "Borat - O segundo melhor repórter do glorioso país Cazaquistão".

- Obrigado a todos que não me processaram - brincou o ator no fim de seu discurso.

Eddie Murphy, que jamais ganhou um Globo de Ouro, levou o prêmio de melhor ator coadjuvante por seu trabalho no musical "Dreamgirls". Seu personagem é inspirado em James Brown e foi tão elogiado que suas cenas foram aumentadas no filme. O prêmio credencia Eddie Murphy a uma indicação ao Oscar.

Sua colega de elenco, a elogiadíssima e desconhecida Jennifer Hudson, foi eleita melhor atriz coadjuvante e dedicou o prêmio ao conjunto "The Supremes", que inspirou o filme. Beyoncé, outra atriz de "Dreamgirls", se emocionou da platéia.

Como esperado, Meryl Streep - que já ganhou cinco Globos de Ouro e teve mais de 20 indicações ao prêmio -, foi escolhida a melhor atriz de comédia ou musical por "O diabo veste Prada". O ator Joaquin Phoenix reverenciou a atriz na sua chegada ao palco. Para ler seu tradicional bilhetinho de agradecimento, Streep colocou os óculos e mandou alguém da platéia "fechar a boca", adiantando que seu texto não era longo.

No discurso, agradeceu a cada um dos envolvidos no filme, acrescentando que as roupas eram como "efeitos especiais" e que não foi difícil transformá-la em um "monstro". No papel da temida editora de moda Miranda Priestly, ela é chefe de Andy, vivida pela jovem Emily Blunt, atriz que mereceu o agradecimento da amiga de elenco.

"Carros" ganhou o Globo de Ouro de melhor filme de animação, ganhando mais pontos para a corrida ao Oscar num ano fraco para a categoria.

A série médica "Grey's anatomy", atual fenômeno da TV americana e já na sua segunda temporada, ganhou o Globo de Ouro de melhor série dramática. A atriz America Ferrera, nascida em Los Angeles, ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz de comédia de TV por "Ugly Betty", que também levou o prêmio de melhor série cômica.

Confira a lista dos premiados:Cinema

Melhor filme - Drama - BabelMelhor filme - Comédia ou musical - DreamgirlsMelhor diretor - Martin ScorseseMelhor ator - Drama - Forrest WhitakerMelhor atriz - Drama - Helen MirrenMelhor ator - Comédia ou Musical - Sacha Baron CohenMelhor atriz - Comédia ou Musical - Meryl StreepMelhor ator coadjuvante - Eddie MurphyMelhor atriz coadjuvante - Jennifer HudsonMelhor roteiro - A RainhaMelhor canção original - "The Song Of The Heart" – Happy FeetMelhor trilha original - The Painted VeilMelhor filme em língua estrangeira - Cartas de Iwo Jima

Televisão

Melhor Série Dramática - Grey's AnatomyMelhor Série Cômica - Ugly BettyMelhor Minissérie ou Telefilme - Elizabeth IMelhor Atriz Dramática - Kyra SedgwickMelhor Ator Dramático - Hugh LaurieMelhor Atriz de Comédia - America FerreraMelhor Ator de Comédia - Alec BaldwinMelhor Atriz em Minissérie ou Telefilme - Helen MirrenMelhor Ator em Minissérie ou Telefilme - Bill NighyMelhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme - Emily BluntMelhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme - Jeremy Irons

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