• Carregando...
Novo trabalho do cantor pode ser compreendido como um olhar sobre o carnaval de Pernambuco | Divulgação
Novo trabalho do cantor pode ser compreendido como um olhar sobre o carnaval de Pernambuco| Foto: Divulgação

Serviço

Amigo da Arte

Alceu Valença. Deck. US$ 9,99 (na iTunes Store; R$ 24, em média). O álbum físico chega às lojas entre 18 e 20 de março, a R$ 29,90.

De fala rápida e raciocínio amplo, Alceu Valença, 67 anos, comenta: "Os intelectuais falam que o tempo é o aqui e agora. Mas não é só. O tempo são três: presente, passado e futuro, tudo ao mesmo tempo".

É uma maneira de explicar a antiga origem e longa gestação de seu disco novo, Amigo da Arte, gravado há mais de dez anos, entre 2001 e 2002, mas só agora finalizado e lançado, com quase nada mexido – só um ou outro toque, segundo ele, como a participação da cantora portuguesa Carminho, 29 anos.

O conceito do álbum é também um olhar sobre o carnaval de Pernambuco, de todas as épocas e todos os estilos, passeando por gêneros como frevo, maracatu, caboclinho e ciranda. "O disco está ligado às festas de rua de Pernambuco – da mesma maneira que um camarada que faz blues está ligado às festas de rua de Nova Orleans", afirma Alceu Valença, via Skype, de Lisboa, em Portugal.

"Cresci ouvindo isso [os ritmos de rua do Carnaval]. No Recife, eu morava numa rua que eu chamava de ‘carnavalódroma’, porque era onde passavam os blocos todos que iam para o centro da cidade brincar de carnaval."

Segundo Alceu, "passavam lá blocos de frevo de rua com metais, de caboclinho com bandas de pife, os blocos mais negros dos maracatus". "Dei a sorte de morar nessa rua, foi a minha formação", afirma o cantor.

Amigo da Arte é o primeiro disco de Alceu Valença desde 2009, quando lançou Ciranda Mourisca. No álbum, o compositor e cantor reinterpreta canções de toda a carreira, além de clássicos carnavalescos do Recife.

Regravações

Figura muito presente no carnaval nordestino (em 2013 esteve em nove palcos), no novo-velho disco ele investiga diferentes imaginários da festa de rua, trazendo naturalmente o ritmo-símbolo frevo, mas também diversas variações e diferenças.

Aparecem regravadas peças famosas como "Frevo nº 1 do Recife", de Antonio Maria, e "Voltei, Recife", de Luiz Bandeira.

Também estão lá faixas próprias de Alceu por ele já cantadas em outras ocasiões, como "Maracatu" (que foi lançada em 1982), "Olinda" (gravada em 1985) e a faixa-título "Amigo da Arte" (lançada em 1986).

Ele comenta a variedade: "Esse disco mostra o caboclinho, que é da Zona da Mata. O frevo de bloco, que é mais dolente. Também o frevo de rua, mais agitado. Não é necessariamente um disco só para carnaval, mas é um apanhado geral do carnaval de Pernambuco". Todos os tempos, ao mesmo tempo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]