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A Orquestra de Câmara St. Pauli e o coro Friedenskirche em sua sede, em Hamburgo, na Alemanha: intercâmbio linguístico com crianças brasileiras | Divulgação
A Orquestra de Câmara St. Pauli e o coro Friedenskirche em sua sede, em Hamburgo, na Alemanha: intercâmbio linguístico com crianças brasileiras| Foto: Divulgação

Concerto

Música no Bairro e Orquestra de Câmara St. Pauli e Chor der Friedenskirche

Comunidade do Redentor (R. Trajano Reis, 199), (41) 3223-4745. Dia 7, às 20 horas. R$ 10 mais 1 quilo de alimento não perecível.

Agenda

Réquiem Alemão, de Johannes Brahms

Com a Orquestra de Câmara St. Pauli e Chor der Friedenskirche. Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz. (R. Barão do Serro Azul, 31, Centro), (41) 3324-5136. Dia 8 às 20h30.Entrada franca.

Outras cidades:

Ponta Grossa, dia 6, às 20 horas, no Cine Teatro Pax.

Blumenau (SC), dia 10, às 20 horas, no Teatro Carlos Gomes.

Florianópolis (SC), dia 12, às 20h30, no Teatro Ademir Rosa.

  • Adriano Trarbach (à dir.): dedicação e talento renderam bolsas de estudo

A semana de carnaval terá no Paraná e em Santa Catarina o encontro de dois grupos musicais amadores, vindos de contextos bem diferentes. Desde o fim de semana, o Brasil recebe a visita de um coral e orquestra de Hamburgo, na Alemanha, formado por 104 pessoas, das quais 90% são "leigas" – termo usado pelos alemães para designar pessoas que praticam, mas não vivem da música.

As apresentações brasileiras da Orquestra de Câmera St. Pauli e do coro Friedenskirche, patrocinadas pelo Goethe Institut e outras entidades dentro das programações do ano da Alemanha no Brasil, começaram na segunda-feira, em Morretes, e terminam semana que vem, em Florianópolis (SC).

Curitiba terá apresentações nesta sexta-feira e sábado. Na sexta, os alemães tocam e cantam na igreja luterana Comunidade do Redentor, ao lado de 60 crianças de um projeto social que oferece, entre outras atividades, aulas de canto coral e flauta doce em Almirante Tamandaré – o Música nos Bairros, do Projeto Dorcas.

No repertório, um intercâmbio linguístico: todos cantam juntos "Jesus, Alegria dos Homens", de Bach, em alemão, e "O Som da Pessoa", de Gilberto Gil, em português. Sozinhas, as crianças apresentam pérolas brasileiras, como "O Trenzinho do Caipira", de Villa-Lobos, além de uma surpresa folclórica e uma bênção. Os alemães tocam ainda duas músicas de Brahms sozinhos.

"Escolhemos as músicas ao longo de muitas horas ao telefone e montes de e-mails trocados até chegar a canções que fossem realizáveis", brinca o regente Fernando Swiech, brasileiro que está há 13 anos na Alemanha e comanda os dois grupos em Hamburgo. "O trabalho do Música nos Bairros é muito sério e de alta qualidade musical", elogia.

Brahms

No sábado, a Catedral de Curitiba abriga uma mostra do trabalho dos alemães, com o Réquiem Alemão (Opus 45), de Johannes Brahms (1833-1897). A opção pela peça de 70 minutos, já apresentada por nossa Camerata em versão para piano e coral, tem um lado emocional: o compositor viveu no bairro onde fica a igreja patrona do grupo musical, St.Pauli, em Hamburgo.

"É um réquiem muito executado na Alemanha, tanto quanto o Oratório de Natal de Bach", explica Swiech. Os solistas serão Marlen Korf, soprano, e o brasileiro Ronaldo Steiner, barítono nessa obra em sete movimentos.

Iniciativa

Projeto abrange de problemas de fala a menino-prodígio

Adriano Silva Trarbach, de 12 anos, é uma das crianças cuja vida mudou após conhecer a música no bairro Bonfim, em Almirante Tamandaré. Dedicado e com jeito para as breves e semibreves, ele logo se destacou nas aulas de canto coral e flauta doce promovidas por professores da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap). "Já no começo o chamamos de ‘papa-partitura’: ele não podia ouvir uma música que saía buscando quem tinha a pauta para ele poder estudar", relembra Renate Weiland, diretora musical do Projeto Dorcas, onde se desenvolve o Música nos Bairros, há quatro anos.

Adriano participou em janeiro da oficina de flauta com um professor argentino e chegou a se apresentar em um dueto. Durante o evento, ele se encantou com o violoncelo e recebeu um instrumento como doação anônima – seu novo projeto de vida, para o qual dedica-se no curso de formação musical da Embap, que dura três anos.

Como ele, outras três crianças foram admitidas no curso – mas somente ele e um colega permaneceram.

"Há crianças que atendemos que não sabem nem falar, com graves problemas fonoaudiológicos. E o canto coral está ajudando muito. Por outro lado, há outras com timbres super agudos, que poderiam solar em grandes concertos", sonha Renate.

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