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A vida do guerrilheiro Carlos Marighella é o tema do espetáculo O Amargo Santo da Purificação, com apresentações em Curitiba | Pedro Isaías Lucas/Divulgação
A vida do guerrilheiro Carlos Marighella é o tema do espetáculo O Amargo Santo da Purificação, com apresentações em Curitiba| Foto: Pedro Isaías Lucas/Divulgação

Gratuito

Mostra Lembrar É Resistir

O Amargo Santo da Purificação. Praça Santos Andrade (R. XV de Novembro, s/n.°). Dias 18 e 20, às 15 horas. Entrada franca. Classificação indicativa: livre. Onde? Ação N.° 2 Boca Maldita (R. XV de Novembro, s/n.°). Dia 19 e 21, às 12 horas. Dia 21, às 15 horas, na Praça Santos Andrade. Entrada franca. Classificação indicativa: livre.

O engajamento político é uma das marcas do coletivo Ói Nóis Aqui Traveiz, que até sábado apresenta a mostra Lembrar É Resistir nas ruas de Curitiba. Oriundo dos movimentos populares de Porto Alegre da década de 1970, o grupo defende a bandeira de que o teatro pode transformar a sociedade por meio da reflexão e da contestação.

Em sua curta temporada por aqui, a companhia traz dois espetáculos com essa pegada. O Amargo Santo da Purificação, encenado hoje e sábado na Praça Santos Andrade, narra a trajetória do guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), assassinado por membros do regime militar. A peça, em circulação nacional desde 2009, esteve na capital paranaense há quatro anos.

A performance Onde? Ação N.° 2, que estreia na cidade com apresentações na Boca Maldita a partir de amanhã, retrata os desaparecimentos de militantes de esquerda durante o período de repressão. A montagem parte de histórias reais para discutir as investigações sobre o paradeiro das vítimas da ditadura.

Engajamento

"Acreditamos que o teatro tem o poder de relembrar essas feridas do nosso passado recente", diz Paula Carvalho, uma das atrizes do grupo. As montagens do Ói Nóis Aqui Traveiz são assinadas coletivamente, pois não existe a figura formal de um diretor. Por aliar o papel de ator ao de militante, os membros chamam a si mesmos de atuadores. "É uma forma de mostrar nosso ativismo", afirma Roberto Corbo, integrante da companhia desde 2008.

A ideia de apresentar espetáculos de rua surge como parte desse posicionamento político, afirmam os atuadores. "Não temos palco. Apresentamos as peças na rua, porque é o espaço mais democrático para a arte", explica Paula.

Tanto O Amargo Santo da Purificação quanto Onde? Ação N.° 2 são frutos de pesquisas intensas sobre os anos de chumbo. Para consolidar o texto sobre Marighella, o grupo recebeu uma cópia de um livro de poemas do guerrilheiro, que são recitados em cena. "Nesses escritos, descobrimos um lado cheio de humor desse herói da resistência", revela Corbo. A mostra Lembrar É Resistir em Curitiba foi financiada pelo Cultura 2014, edital do Ministério da Cultura que incentiva produções regionais durante a Copa do Mundo.

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