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Inauguração do Canal 12, em 1960 | CDOC/ RPCTV
Inauguração do Canal 12, em 1960| Foto: CDOC/ RPCTV

Na rede

Filmes dos Irmãos Lumière

Assista aqui aos filmes que integraram a primeira exibição pública do cinematógrafo dos Irmãos Lumière, em 28 de dezembro de 1895: http://youtu.be/4nj0vEO4Q6s

Acervo do Sebo Fígaro

Você pode acessar fotos e vídeos do incrível acervo da Fígaro Loja de Cultura, Sebo e Antiquário nos perfis do Facebook (www.facebook.com/Fígaro-Loja-de-Cultura-Sebo-e-Antiquário) e do YouTube (www.youtube.com/Paulodafigaro1).

Acervo José Wille

Mais de 400 vídeos sobre a memória do Paraná, do Brasil e da televisão, bem como as entrevistas com personalidades do estado gravados no projeto Memória Paranaense, estão no canal de José Wille no YouTube: www.youtube.com/JWSCOMUNICACAO.

  • Imagem da Geada Negra em Londrina, em 1975
  • As Sete Quedas antes de serem submersas, em 1982
  • O
  • Cara-pintada durante o Fora Collor, em 1992
  • Reféns de sequestro em Ivaiporã, em 1991
  • Irmã Letícia recebe a pistola de assaltantes em Goioerê, em 1988

Em meio a esse cenário desolador, alguns anjos da guarda despontam para garantir que a vida, a imagem, a voz e o cotidiano dos paranaenses – ilustres e anônimos – não caia no esquecimento. É o caso de Paulo José da Costa, proprietário da Fígaro Loja de Cultura, Sebo e Antiquário (Rua Lamenha Lins, 62-A). Desde o início dos anos 1990, quando abriu a loja, ele se dedica a colecionar fotos, filmes e pequenos objetos pessoais das famílias do estado e de Santa Catarina. Hoje o acervo reúne mais de 25 mil fotos, 200 rolos de filmes e inúmeros objetos, até o ano de 1959 – incluindo algumas raridades, como cartas de colonos alemães de 1853, fotografias de soldados que morreram na Segunda Guerra Mundial, memórias de artistas e políticos importantes até a primeira metade do século passado. "Limitei a pesquisa até os anos 1950, se não toma um vulto muito grande", justifica Paulo. "Que fique para outro colecionador reunir o material dos anos 1960 para cá."

A ideia de guardar essas memórias surgiu quando caiu nas mãos dele o álbum de uma norte-americana que veio morar no Rio Grande do Sul, nos anos 1930. "Ela narrava toda a viagem naquelas fotos: a despedida nos Estados Unidos, a partida do porto, o percurso a bordo do navio, a passagem por Copacabana, tíquetes de cinema e teatro, o churrasco de recepção no Rio Grande do Sul...", entusiasma-se o colecionador. "Eu me apaixonei por aquilo e comecei a juntar as memórias de famílias. Hoje eu vou muito às casas de pessoas que estão se desvencilhando de fotos, cartas, diários e objetos antigos. Mas, infelizmente, em 90% das vezes eu chego tarde: as pessoas já queimaram, rasgaram ou jogaram fora o material. Tanto que alguns carrinheiros já sabem que eu guardo essas coisas e me trazem aqui."

Enquanto não organiza uma grande exposição física – o que está nos planos do colecionador –, Paulo José da Costa usa as redes sociais para divulgar o seu acervo. Principalmente os perfis no Facebook (Fígaro Loja de Cultura Sebo e Antiquário) e no YouTube (www.youtube.com/Paulodafigaro1).

Outra coleção particular interessante – nesse caso em áudio e vídeo – pertence ao jornalista da CBN e da Band José Wille. Criado dentro da rádio Guairacá, ele tem o hábito de registrar conversas e entrevistas desde os 12 anos, quando ganhou um gravador de presente. Entre os anos de 1997 e 1999, ele esteve à frente do projeto Memória Paranaense, financiado pela Inepar, que gravou mais de 80 depoimentos com personalidades do estado, como os já falecidos José Richa, Maurício Fruet, Mário Vendramel e Odelair Rodrigues, por exemplo. Wille é outro entusiasta do YouTube: "Não jogo nada fora; guardo as cópias em VHS, faço back-ups, já compartilhei material com a Biblioteca Pública e o MIS, mas com o YouTube eu encontrei a forma ideal para dividir tudo isso com o maior número de pessoas", comenta. "Meu canal [www.youtube.com/jwscomunicacao] tem mais de 400 vídeos. É uma forma de incentivar as pessoas a tirar suas memórias da gaveta e salvá-las enquanto é tempo."

Projeto semelhante (com nome idêntico, "Memória Paranaense") é realizado pelo proprietário da Cinevídeo1, Luiz Renato Ribas. Na locadora, que fica na Rua Padre An­­chieta, 458, ele oferece mais de mil DVDs com depoimentos de gente como o ex-prefeito Ivo Arzua, o jornalista Luiz Geraldo Mazza e o roqueiro Ivo Rodrigues, do Blindagem, entre muitos outros. Tudo isso acessível gratuitamente, sendo que o próprio Ribas organizou e bancou as gravações.

Digitalização e internet são a esperança

Mesmo não sendo uma solução definitiva nem um processo infalível, a digitalização e a disseminação pela internet são a grande esperança para a perpetuação da memória audiovisual, segundo os especialistas.

"Sem extensos arquivos audiovisuais à disposição para consulta e cópia inexiste tanto a pesquisa histórica quanto a produção documental", alerta o historiador e professor da UFPR Dennison de Oliveira, autor das coletâneas O Túnel do Tempo: Um Estudo de História e Audiovisual e História e Audiovisual no Brasil do Século XXI. "As instituições públicas dedicadas à preservação do material audiovisual jamais receberam as verbas e o apoio de que necessitam, pois são vistas como encargos inúteis e dispendiosos, sem qualquer retorno político ou econômico para os governos de plantão."

Para ele, uma forma de superar essa dificuldade é a internet: "Nos tempos atuais, a divulgação desses acervos pela rede tem se constituído em um manancial de fontes para a pesquisa histórica e também uma estratégia de preservação: tudo o que está na internet é duplicado e replicado, garantindo a segurança dos acervos", considera. "Para o futuro próximo seria indispensável digitalizar e publicar em sites da internet todo o nosso patrimônio audiovisual remanescente."

Historiador curitibano radicado na Suíça, professor com mestrado e doutorado na Universidade de Londres – e um dos maiores especialistas em digitalização do país –, Antonio Simão Neto lembra que o processo separa o suporte material da informação que ele contém, o que permite uma série de ações que seriam inviáveis na era analógica: "O acervo físico original pode ficar guardado em local apropriado, sem riscos de danos na manipulação; é possível reproduzir indefinidamente e com baixo ou nenhum custo os sons e imagens digitalizados; essas informações podem ser distribuídas e restauradas muito mais facilmente; o formato permite formas alternativas de exposição, como instalações interativas e museus virtuais, e assim por diante".

Simão faz coro com Dennison no papel da digitalização para a memória audiovisual: "Não é a solução total, mas uma parte essencial do processo que já está ao nosso alcance. Temos a tecnologia necessária, e não é mais algo caro ou complicado. Precisamos basicamente de espaços apropriados e gente bem preparada, tanto para a digitalização em si quanto para as fases posteriores, como a indexação. Afinal, não adianta fazer a conversão se depois não conseguirmos encontrar rápida e facilmente as informações que desejamos, o que faria com que os arquivos digitais também ficassem ‘mofando’ em almoxarifados virtuais."

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