
Roteirista e diretor de extensa experiência em televisão e cinema, Paul Haggis não precisa pensar muito quando lhe perguntam de onde surgem suas histórias mais mirabolantes. Segundo o canadense de 62 anos, seus projetos mais pessoais, como os de qualquer outro realizador, costumam nascer de suas próprias inquietações e dúvidas, para então ganhar o mundo da ficção.
Foi assim com Crash – No limite e é também assim com o drama romântico Terceira Pessoa, seu novo trabalho, em cartaz, por enquanto, no Rio de Janeiro e sem previsão para Curitiba.
“Acho que os filmes começam a partir de nós mesmos, para então ganhar corpo com palavras e ideias, não necessariamente tiradas da realidade”, diz Haggis, em entrevista por telefone, de sua casa, em Nova York. “E, em geral, há uma crise pessoal envolvida nesse processo. Terceira Pessoa tem origem em dúvidas sobre o amor e as relações amorosas. Coloquei o tema sob a perspectiva de diferentes personagens fictícios. Mas as questões em si são reais para mim.”
Outra característica aproxima Crash de Terceira Pessoa: a estrutura.
Assim como seu filme mais premiado, o mais recente também tem uma narrativa polifônica, construída em torno de três casais diferentes, que circulam por cidades distintas.
Mila Kunis interpreta uma ex-atriz de telenovelas que disputa a custódia do filho pequeno com o ex-marido, um artista plástico famoso (James Franco) de Nova York.
Em Roma, um empresário americano (Adrien Brody) envolve-se romanticamente com uma imigrante (Moran Atias).
Em Paris, um escritor premiado, Michael (Liam Neeson), que se separou da mulher, recebe a visita de sua amante, uma jornalista ambiciosa (Olivia Wilde).



