• Carregando...
Na peça, Brichta interpreta um jovem juiz determinado a prender um homem acusado de pedofilia | Lenise Pinheiro/Divulgação
Na peça, Brichta interpreta um jovem juiz determinado a prender um homem acusado de pedofilia| Foto: Lenise Pinheiro/Divulgação

Um músico não é pago depois de livrar uma cidade de uma infestação de ratos e decide raptar os filhos dos moradores como vingança. Essa trama, do conto "O Flautista de Hamelin", dos irmãos Grimm, serve como metáfora sobre o modo como as crianças pagam pelos erros dos pais. A partir dessa associação, o dramaturgo espanhol Juan Mayorga escreveu o espetáculo Hamelin (confira o serviço completo do espetáculo). A montagem brasileira, protagonizada por Vladimir Brichta, fará uma curta temporada a partir desta quinta-feira no Teatro da Caixa, com ingressos à venda a partir de amanhã.

Na peça, dirigida pelo carioca André Paes Leme, Brichta vive um jovem juiz, que está determinado a provar que um homem importante abusou sexualmente de uma criança. "É um personagem que pensa que é um herói. Ele acredita que se conseguir prender esse pedófilo, pode acabar também com toda a rede de pedofilia. O problema é que não é um crime comprovado e ele não sabe realmente se algo aconteceu", revelou o ator em entrevista à Gazeta do Povo.

Para Brichta, o espetáculo faz uma associação com a fábula dos irmãos Grimm na medida em que discute a responsabilidade da sociedade sobre os crimes infantis. "A pedofilia é um crime pelo qual todo mundo tem um pouco de responsabilidade. É claro que um pedófilo é mais culpado que os demais, mas exis­­tem outros envolvidos, co­­mo o pai negligente, por exemplo. Essa situação é a que o espetáculo retrata."

Apesar do tema "espinhoso" do texto – como descreve o próprio ator –, a montagem circula pelos palcos brasileiros desde 2009. "É algo que poderia afastar os espectadores. No entanto, o espetáculo está indo muito bem", revela. De acordo com ele, isso é mérito do texto. "A linguagem de Hamelin é muito particular. Há um personagem que co­­menta tudo o que acontece em cena. Isso aguça o olhar crítico do público."

Várias facetas

Atualmente, o ator divide os ensaios do espetáculo com as gravações do seriado de humor Tapas e Beijos, em exibição na Rede Globo. Mas a participação em projetos tão díspares não o incomoda. Muito pelo contrário. "Sendo sincero, me sinto confortável. Se fizesse só drama, só comédia, só televisão ou só teatro, acabaria sentindo falta de alguma coisa."

Brichta conta ainda que nos palcos, acaba se identificando mais com o drama – mesmo tendo participado de montagens como o musical Os Produtores, ao lado de Miguel Falabella. "Na minha formação teatral em Salvador, lembro que os espetáculos que mais me marcaram foram os dramáticos. Sempre foi algo que me deu muito prazer. O exercício do humor veio mais através da televisão."

Sobre se apresentar em Curitiba, o ator confessa que não sabe bem o que esperar. Apesar de já ter participado três vezes do Festival de Teatro e ter feito uma breve temporada com Os Produtores em 2009, no Teatro Positivo, Brichta acredita que dessa vez será diferente. "Nas primeiras vezes, eram públicos de festival, calorosos e participativos, mas específicos. Com o musical, era um público próprio do Falabella – que onde ele fosse ia ter gente assistindo." Ou seja, Brichta acredita que com Hamelin terá sua provação com a plateia daqui.

Serviço:

Hamelin (confira o serviço completo do espetáculo). Direção de André Paes Leme. Com Vladimir Brichta, Alexandre Mello e Oscar Saraiva. Teatro da Caixa (R. Conselheiro Laurindo, 280, Centro). Dias 30, 1º e 2, às 21 horas e dia 3, às 19 horas. Ingressos a R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). Classificação indicativa: 16 anos. Os ingressos começam a ser vendidos nesta terça-feira (28). Mais informações, pelo telefone (41) 2118-5111.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]