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Park City, EUA – A documentarista curitibana Heloísa Passos ganhou o Prêmio de Excelência em Fotografia por seu trabalho em Manda Bala, de Jason Kohn, no Festival de Sundance 2007. O filme também recebeu o grande prêmio do júri de melhor documentário americano. Os vencedores do evento foram anunciados no sábado à noite.

Manda Bala mostra o lado violento do Brasil ligado a seqüestros e corrupção, e as conseqüências para todos os envolvidos. Filmado em São Paulo, é um documentário apoiado em entrevistas com políticos, seqüestradores, policiais, vítimas de seqüestros, pessoas que lucram com eles e aqueles que sofrem o impacto de suas ações.

Heloísa esteve em Park City para a estréia do filme, mas viajou antes do fim do evento para Recife, onde participa da filmagem de um documentário. Em entrevista por telefone, do Nordeste, a fotógrafa disse que ainda não teve tempo de realizar novas expectativas na carreira depois do prêmio. "Para mim, é um prêmio muito importante, que dá visibilidade, pois estava concorrendo como fotógrafos que trabalham no mercado dos EUA", confirma, lembrando que vai continuar tocando seus projetos normalmente no Brasil. As portas podem se abrir e ela revela interesse em trabalhar no exterior. "O Jason (Kohn) já disse que pretende continuar trabalhando comigo em outros projetos", lembra.

Em entrevista ao Caderno G, logo após a premiação, Kohn revelou que não esperava o prêmio. Ele confirma que pretende mostrar o documentário no Brasil. "Mas, assim como não tinha idéia da receptividade aqui no Sundace – e estou realmente surpreso com o prêmio –, não sei como será recebido no Brasil. Quis mostrar esse lado escondido do país, mas não sei como as pessoas vão recebê-lo", comenta o diretor novaiorquino, filho de mãe brasileira. Ele não acha que seu filme mostra um lado sombrio do Brasil: "A corrupção é um crime violento. Quando alguém rouba de pessoas que não têm nada, está praticando um crime violento. O Brasil é muito grande, muito rico, mas tem problemas bastante complexos. Eu quis filmar esse contraste e acho importante que as pessoas saibam disso".

Padre Nuestro, de Christopher Zalla, sobre imigrantes do México para os Estados Unidos, ganhou o grande do júri da competição dramática do festival. O prêmio Cinema Mundial – mostra na qual concorria O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia – foi para Sweet Mud (Israel), de Dror Shaul. Em Documentário Mundial – mesma mostra do brasileiro Acidente, de Cao Guimarães –, o vencedor foi Enemies of Happiness, de Eva Mulvad e Anja Al Erhayem (Dinamarca, mas filmado no Afeganistão).

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