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Instalação do artista belga Alex Quinze  recebe o público | João Sal/Divulgação
Instalação do artista belga Alex Quinze recebe o público| Foto: João Sal/Divulgação

Exposição

Made by... Feito por Brasileiros

Cidade Matarazzo (Al. Rio Claro, 190, Bela Vista – São Paulo). Abertura hoje. Visitação de terça-feira a domingo, das 9 horas às 17 horas. Entrada franca.

Em 20 anos, o público teve uma breve, porém impactante, oportunidade de conhecer a arquitetura centenária do Hospital Umberto Primo, também conhecido como Hospital Matarazzo, em São Paulo – abandonado desde que deixou de funcionar em 1993. Foi em 1995, quando o Teatro da Vertigem, dirigido por Antônio Araújo, apresentou no local O Livro de Jó, segunda parte da trilogia bíblica do grupo.

Com partes de suas edificações tombadas como bem cultural de interesse histórico-arquitetônico, o espaço de 27 mil metros quadrados volta a abrigar arte de vanguarda a partir de hoje, com a abertura da exposição Made by... Feito por Brasileiros.

A mostra reúne 100 artistas, metade deles brasileiros. A maioria criou trabalhos inéditos que dialogam com a arquitetura do lugar, localizado a duas quadras da Avenida Paulista. É o caso de Artur Lescher. O artista paulista ocupou a lavanderia do complexo com uma instalação feita de equipamento de irrigação, fazendo chover dentro do prédio.

"Esse prédio vai ser demolido. Imaginei então que ele deveria ser lavado, ser limpo, antes de ser destruído", explica Lescher, que assim como os demais artistas participantes aceitou trabalhar sem receber pagamento, com o intuito de colaborar para reabertura e transformação do antigo hospital em Cidade Matarazzo.

A exposição é a ação inaugural de um projeto do empreendedor francês Alexandre Allard. Em junho de 2011, o grupo Allard comprou o espaço por R$ 117 milhões. O objetivo é transformá-lo num empreendimento turístico, com hotel de alto padrão, restaurante e um centro cultural de 3 mil metros quadrados.

O projeto arquitetônico da Cidade Matarazzo teve a participação dos arquitetos e designers franceses Jean Nouvel e Philippe Starck e do escritório Königsberger Vanucchi. As obras estão previstas para começar no segundo semestre de 2015 e a inauguração do novo complexo deve acontecer em 2018.

"Esse prédio precisa de uma nova vida e, dessa vez, não é voltada para a saúde do corpo, mas sim para a saúde da alma", disse Allard, lembrando que a ideia da Cidade Matarazzo se assemelha à da recuperação da Casa das Rosas, na Avenida Paulista, está em gestação há sete anos e demorou a sair do papel por causa da burocracia.

A história de 20 anos de abandono do prédio foi preservada, como um registro poético da memória do local. O artista e arquiteto Cristiano Mascaro apresenta na exposição uma série de fotografias que mostram o hospital ainda mais degradado, registros feitos antes das obras que adaptaram o local para receber o público.

"Fiz questão de que o estado de degradação fosse mantido. Faz parte da poesia do lugar", disse o curador Marc Pottier.

Logo na entrada, uma instalação ainda sem título do belga Alex Quinze recebe o público com ripas de madeira em cor natural em vermelho, formando uma espécie de portal gigante. Há também obras do americano Jack Pierson e dos brasileiros Vik Muniz e Tunga.

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