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Reynaldo Gianechini e Luiz Fernando Guimarães: filmagem mais complicada por causa da tecnologia 3D | Divulgação
Reynaldo Gianechini e Luiz Fernando Guimarães: filmagem mais complicada por causa da tecnologia 3D| Foto: Divulgação

Estreia na próxima sexta-feira, 30, em circuito nacional, o longa-metragem Se Puder... Dirija!. Sim, é mais uma comédia brasileira com atores globais que chega ao mercado para abocanhar o seu quinhão, em uma fase na qual, salvo raras exceções, somente filmes falados em português que fazem rir parecem ter alguma chance de fazer sucesso de bilheteria – a maior entre os brazucas neste ano é Minha Mãe É uma Peça – O Filme, um fenômeno comercial assinado por André Pellenz, que caminha em direção da invejável marca de 5 milhões de espectadores.

Se Puder... Dirija! está sendo vendido como "o primeiro longa live action em 3D brasileiro". E, segundo seu diretor, Paulo Fontenelle, a possibilidade de trabalhar com esse recurso tecnológico fez muita diferença no resultado final. Ele conta que, em algumas sequências, a tridimensionalidade permite que "o público se sinta dentro da ação", e não apenas a assistindo.

Fontenelle se refere especificamente a um momento da trama em que o protagonista, João (Luiz Fernando Guimarães), manobrista do estacionamento de um hospital, se vê no interior de um carro que não é seu, com o filho, um cão e dois assaltantes que tentam levar o veículo. "O fato de o filme ter sido gravado em 3D dá a sensação de, por uma questão de perspectiva, de profundidade de campo, estarmos ali com os personagens, compartilhando um momento ao mesmo tempo tenso e muito engraçado."

Se Puder... Dirija! tem uma premissa que lembra um pouco os filmes da franquia Uma Noite no Museu, estrelada por Ben Stiller. João é um homem adentrando a meia-idade, separado e com um filho pequeno. Sua relação com a ex-mulher, vivida por Lavínia Vlasak, não é das melhores e ele, mesmo sem querer, vive desapontando o garoto.

Na tentativa de se redimir, ele promete levar o menino a uma festa-gincana que vai acontecer no colégio do filho, mas se esquece que prometeu substituir um colega no trabalho. Acaba pegando "emprestado" o veículo de uma médica do hospital (Bárbara Paz) e embarcando em uma sucessão de trapalhadas, que, segundo Fontenelle, tiveram inspiração em Depois de Horas, de Martin Scorsese.

Além do já citado assalto, João e o filho também atropelam um ciclista (Reynaldo Gianechini) e se veem forçados a dar carona a um casal prestes a dar à luz.

Com a missão de ser um "filme para a família", Se Puder... Dirija! não chega a ser um longa de ação, como a maior parte das produções em 3D. Por buscar uma plateia que também inclui os pequenos, não compartilha com a maior parte das comédias brasileiras dos últimos tempos traços como sexo, escatologia e humor grosseiro. Isso talvez se torne um problema em seu desempenho comercial, já que muito do apelo do que tem feito sucesso ultimamente está ligado a esses ingredientes.

Sem revelar o orçamento de Se Puder... Dirija!, Fontenelle diz que uma produção em 3D custa, em média, 30% a mais do que um filme bidimensional e o processo de gravação é muito mais complexo. "Cheguei ao set com um storyboard completo, já que qualquer desvio de curso pode custar muito caro." O cineasta tem dois documentários no currículo – Evandro Teixeira –Instantâneos da Realidade (2003) e Sobreviventes – Filhos da Guerra de Canudos (2004). Em 2009, realizou o longa de ficção Intrusos, que permanece inédito nos cinemas.

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