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América Minada revela o grande número de vítimas de minas na América Latina | Divulgação
América Minada revela o grande número de vítimas de minas na América Latina| Foto: Divulgação

"Os países latino-americanos compartilham muitas semelhanças quando se fala nas carências de direitos humanos. É possível dizer que o que vale para um, vale para outro", diz Francisco Cesar Filho, curador da 3ª Mostra Cinema de Direitos Humanos na América do Sul, que acontece simultaneamente em 12 capitais brasileiras – em Curitiba, exibe 50 filmes de 11 países e 12 estados brasileiros até 15 de outubro, na Cinemateca.

A mostra dedicada à exibição de audiovisuais que abordam questões relacionadas aos direitos humanos produzidos recentemente abre a sessão de hoje, às 18h30, pondo em cena a temática indígena. O documentário MBYA, Terra Vermelha (2006), de 68 minutos, dirigido pela argentina Valeria Mapelman e pelo inglês Philip Cox, retrata as dificuldades de duas comunidades irmãs, Kaaguy Poty (Flor do Monte) e Yvy Pyta (Terra Vermelha), na selva argentina, ao terem de lidar com as interferências das religiões oficiais, dos meios de comunicação e até do turismo em sua cultura ancestral.

Em seguida, outro documentário, América Minada (2007), de 27 minutos, dirigido pelo casal de brasileiros Vinicius Souza e Maria Eugênia de Souza, retrata um problema praticamente desconhecido: as minas terrestres que alçam a Colômbia ao primeiro lugar no mundo em número de novas vítimas. "Outros dez países latino-americanos têm o mesmo problema. Não temos noção de que isso aconteça na América Latina", justifica o curador.

A noite de hoje é dedicada aos documentários – e, o que é uma curiosa coincidência, dirigidos por casais. Às 20h30, será exibido o uruguaio Crônica de um Sonho, de Mariana Viñoles e Stefano Tononi (2005). O filme, de 94 minutos, revive outubro de 2004, mês anterior a uma mudança política histórica do Uruguai: a primeira vitória de uma força de esquerda, a Frente Ampla. O momento histórico é registrado sob a ótica de Mariana, que volta ao país após três anos para votar e reencontrar a família.

A mostra recebeu 182 trabalhos escolhidos por Francisco Cesar Filho – 20% deles por meio de convocatória pública. O curador explica que a seleção procurou dar conta da vasta variedade de temas e questões relacionados aos direitos humanos. "Mas os filmes também precisam ter qualidade cinematográfica. Se são só militantes, pouco contribuem para alargar o entendimento da população a respeito dos temas", conta o curador.

Serviço

3ª Mostra Cinema de Direitos Humanos na América do Sul. De 7 a 15 de outubro, na Cinemateca (R. Carlos Cavalcanti, 1.174), (41)3321-3310. Informações sobre a programação diária no roteiro de cinema do Caderno G e no site www.cinedireitoshumanos.org.br. Entrada franca.

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