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O artista com a nova “moradora”, Preta, que não largou o dono durante a sessão de fotos | Antônio More/Gazeta do Povo
O artista com a nova “moradora”, Preta, que não largou o dono durante a sessão de fotos| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Lançamento

Felicidade Inóspita

Livraria Arte & Letra (Al. Presidente Taunay, 130, Batel), (41) 3039-6895. Hoje, às 19 horas, com pocket show da banda Eletroveracruz. Entrada franca. O livro estará à venda por R$ 35. Após o lançamento, estará disponível na Arte & Letra e também pelo site www.bielcarpenter.com.br.

  • Biel em seu ateliê, com uma das pinturas recentes, técnica a que vem se dedicando atualmente

É impossível olhar uma obra do artista Biel Carpenter e não identificar o autor imediatamente: os traços delicados e sutis, que geralmente retratam figuras femininas, encantam. Parte de seus desenhos, aquarelas, gravuras e bordados desenvolvidos entre 2011 e 2013 estão agora juntos em Felicidade Inóspita, livro que ele lança hoje, às 19 horas, na Livraria Arte & Letra.

A obra independente foi feita sem nenhum tipo de recurso externo. "Sempre trabalho na guerrilha", disse Carpenter algumas vezes durante conversa com a Gazeta do Povo em sua casa-ateliê de jardim impecável. "Todos os créditos [do cuidado com as plantas] são da Mariana [mulher de Carpenter]. Mas eu também ajudo a manter."

O artista contou com o auxílio de grandes amigos para materializar a ideia em livro: o designer Jaime Silveira, que fez o projeto gráfico, Jack Holmer, artista e professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), que assina um ensaio no início do livro, e do músico Marcelo Camelo, responsável pelos textos. A amizade entre o músico carioca e Carpenter surgiu depois que o artista ilustrou os últimos trabalhos do cantor, Toque Dela (2011) e Mormaço (2013).

A curadoria das 20 obras do livro – realizadas durante viagens do artista – também foi feita em conjunto. "Escolhi obras que se encontrem entre si, mas terminar um livro é tão difícil quanto ganhar na loteria. Até escolher e reunir tudo leva tempo", diz Carpenter, que também é músico – sua banda, a Eletroveracruz, realizará um pocket show no lançamento.

A editora pela qual o trabalho é publicado também é própria – a Moça Editora, nome inspirado em uma das duas cachorras que vivem como casal: Moça, de quatro anos, e Preta, recém-chegada na casa. "Fui comprar cigarro no posto aqui perto e o frentista disse que ela estava há horas no mesmo lugar. Resolvemos trazer ela pra cá." A nova "moradora" já está à vontade: quase não deixou o dono sozinho durante as fotos para a reportagem, o que ocasionou um certo ciúme em Moça, que preferiu correr dos registros.

Vivência

Depois de largar duas faculdades de design gráfico, Carpenter terminou a graduação em Gravura na Embap e, paralelamente, trabalhou em uma corretora de seguros, batendo cartão todos os dias, com salário garantido no fim do mês. "Mas não tinha nada a ver comigo." Acabou conseguindo uma residência artística de seis meses na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), de São Paulo, período em que estudou principalmente a gravura. Depois, foi a Berlim estudar. "Mas já tinha conhecido a Mari e voltei para casar. Voltei por amor." É ao amor, aliás, que Carpenter dedicou o livro.

Publicar a obra também foi um jeito que o artista encontrou de "fechar" uma fase, pois, no momento, ele tem se dedicado mais à pintura depois de anos longe da técnica, que considera mais difícil do que a gravura e o desenho. "Ela é muito direta, a resposta da tinta na tela é imediata. Às vezes, passa um dia inteiro e fiz uma coisa horrível. Daí você precisa relaxar, tomar um vinho e dormir para no outro dia estar com a cabeça fresca."

Projetos

Junto com o lançamento de Felicidade Inóspita, que vai acontecer também em São Paulo (no espaço cultural Serralheria, junto com show da banda Hurtmold) e no Rio de Janeiro (ainda sem local definido), Biel Carpenter já está com outros projetos em andamento. Quer fazer um novo livro em parceria com Jaime Silveira, reunindo cartazes de shows que ambos ilustraram para bandas, e transformar o seu ateliê pessoal em um espaço para cursos, oficinas e manifestações culturais, ideia que começou a colocar em prática informalmente junto com a esposa e amigos. Também deseja transformar a Moça Editora em um espaço para outros artistas publicarem seus livros. Em suma: as ideias não param.

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