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Indiano Aravind Adiga vence Prêmio Booker por seu primeiro livro

Aravind Adiga, 34, foi escolhido pelo romance "The White Tiger"

Aravind Adiga exibe exemplar de "The White Tiger" após vencer o Man Booker Prize | Reuters/Alessia Pierdomenico
Aravind Adiga exibe exemplar de "The White Tiger" após vencer o Man Booker Prize (Foto: Reuters/Alessia Pierdomenico)

O romancista indiano de primeira viagem Aravind Adiga recebeu na terça-feira o Prêmio Man Booker, um dos mais prestigiosos prêmios literários do mundo, por "The White Tiger" ("O Trigre Branco" em português).

Adiga, 33 anos, é apenas o terceiro escritor novato a receber o prêmio nos 40 anos de história do Booker, além de ser um dos vencedores mais jovens.

Ele receberá um cheque de 50 mil libras (US$ 88 mil) e poderá esperar não apenas alcançar a fama literária da noite para o dia, mas também um aumento importante nas vendas de seu livro na fase que antecede o Natal.

Os organizadores do Booker disseram que a vencedora do ano passado, Anne Enright, vendeu cerca de 50 mil exemplares de "O Encontro", graças em grande medida à conquista do troféu. "The White Tiger" foi lançado pela Atlantic Books.

Michael Portillo, que preside o júri de cinco membros que escolheu o premiado, elogiou "The White Tiger" por tratar de questões sociais e políticas importantes na Índia moderna.

"O que distingue este livro é sua originalidade", disse Portillo a jornalistas num jantar de gala em Londres no qual foi anunciado o vencedor. "Para muitos de nós, este foi território inteiramente desconhecido - o lado sombrio da Índia."

"É um livro que se beneficia por tratar de questões sociais muito importantes - as divisões entre ricos e pobres e a impossibilidade dos pobres de escaparem de seu destino na Índia", afirmou.

"O livro trata dessas questões globais e sociais com tremendo humor, e sua leitura é extremamente agradável. É o primeiro livro de Aravind Adiga, e imagino que este prêmio será boa notícia para ele."

DAS TREVAS À LUZ

"The White Tiger" acompanha a trajetória de Balram Halwai, filho de um puxador de riquixá cujo sonho de escapar da miséria de sua aldeia o leva numa viagem às luzes brilhantes de Délhi e Bangalore, onde ele se dispõe a fazer quase qualquer coisa para subir na vida.

Portillo disse que o personagem central do livro é simpático, ao mesmo tempo em que é "absolutamente vil e não se arrepende de nada", e o comparou ao herói trágico Macbeth, de Shakespeare.

Ele acrescentou: "O tema que percorre o livro todo é a miséria da qual os pobres não apenas não conseguem escapar, como não têm desejo ou ambição de escapar."

Antes do anúncio do vencedor do Booker, Adiga disse à Reuters: "Balram Halwai é membro da subclasse indiana invisível -- um dos milhões de indianos que ficaram de fora do boom econômico".

"O romance procura dar voz literária àqueles que ficam de fora das narrativas de nossos tempos: os pobres."

O livro de Adiga foi um dos seis finalistas para o Booker, que todos os anos premia o melhor livro do ano escrito por um cidadão da Comunidade Britânica, que inclui as ex-colônias britânicas e a Irlanda.

Ele venceu o favorito nas apostas, "The Secret Scripture", do irlandês Sebastian Barry.

Também foram indicados "Sea of Poppies", do indiano Amitav Ghosh, "The Clothes on Their Backs" e "The Northern Clemency", respectivamente dos britânicos Linda Grant e Philip Hensher, e "A Fraction of the Whole", do australiano Steve Toltz.

Aravind Adiga é o terceiro escritor de primeira viagem a receber o Prêmio Booker, depois de Arundhati Roy, em 1997, e DBC Pierre, em 2003. É também o segundo vencedor mais jovem, depois de Ben Okri, premiado em 1991, quando tinha 32 anos.

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