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Eles são um ditador sanguinário, um contrabandista de diamantes, um professor que fuma crack, um velho lascivo e um pai autocentrado. Forest Whitaker, Leonardo DiCaprio, Ryan Gosling, Peter O'Toole e Will Smith disputam o Oscar de melhor ator com papéis nada ou pouco edificantes, mas é isso mesmo que o Oscar adora.

No ano passado, Philip Seymour Hoffman ganhou por encarnar a figura sombria e manipuladora do escritor Truman Capote. No ano anterior foi a vez de Jamie Foxx levar a estatueta por mostrar Ray Charles como mulherengo e heroinômano. O favorito deste ano é Forest pelo papel do sanguinário ditador de Uganda Idi Amin Dada em "O último rei da Escócia".

Forest fez um laboratório intenso para viver Amin, incluindo entrevistas com, antigos generais de Uganda e com parentes de Amin. Ele até se sentou no trono do ditador. "Eu fui fundo no personagem. Eu dormi com ele," enfatiza o ator, já que Amin morreu em 2003. Isso é mais um traço dos indicados ao Oscar: o exagero. Outra característica é o humor. Indagado como se preparou para fazer o professor viciado de "Half Nelson", Gosling não hesitou: "Fumei muito crack". DiCaprio também foi fundo: para fazer o papel de um contrabandista de pedras preciosas em "Diamantes de sangue", ele fez pesquisa in loco na África com os contrabandistas de verdade.

Os especialistas nos prêmios dizem que Gosling e DiCaprio não são páreo para Whitaker. "Half Nelson", de baixo orçamento, não foi visto por gente suficiente para impressionar os votantes e "Diamantes de sangue" emperrou nos US$ 55 milhões de bilheteria, pouco para os votantes, que gostam de bilheterias gordas.

O'Toole, 74 anos, tem mais chances de bater Whitaker porque os votantes gostam de premiar velhos atores que sempre foram preteridos no Oscar. Lawrence disparou para a fama em 1962 com "Lawrence da Arábia" e acumula oito indicações. Em "Venus" ele encarna um velho ator com duas paixões na vida, o whisky e as mulheres jovens. "Nenhuma estrela perdeu o Oscar oito vezes," observa Tom O'Neil, colunista do site The Envelope.com, dedicado ao Oscar.

O outro rival sério de Whitaker é Will Smith, por conta de "A procura da felicidade", um sucesso de US$ 161 milhões de bilheteria. Eles faz um pai que se mergulha e ao filho na pobreza ao aceitar um trabalho não remunerado de corretagem. Para ajudar Smith está seu filho na vida real, Jaden Smith, no papel do filho. Numa cena, ele sacode o filho com tal intensidade que é impossível não acreditar que ele está muito zangado. Para parecer tão ruim, é preciso ser muito bom.

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