Uma espécie de Nina Simone de calças, influenciado por Eric Satie, Chopin, Tom Waits, George Brassens, Leonard Cohen.
É muita pretensão, não?
Mas é verdade. Tudo isso é audível em “At Least For Now”, disco de estreia de Benjamin Clementine, lapidado ao longo dos anos que o jovem inglês passou em Paris, dormindo nas ruas ou em hotéis baratos.
O que mais chama a atenção na música de Benjamin Clementine é que o formato tradicional da canção. O que não significa, de forma alguma, tratar-se de um disco de ruídos, frases desencontradas, nada disso. As letras estão lá, sempre na primeira pessoa do singular.
Com a voz geralmente colocada nas regiões mais graves, Clementine mostra excelente alcance em determinados momentos (como a soturna “The People and I”), além de soltar os dedos pelo teclado do piano como se tivesse estudado em um conservatório. Muitas influências e pouco estudo formal resultam num disco brilhante.
Deixe sua opinião