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Um avião corta o céu e a noite explode.

Monstros ocupam a memória todos

ao não tempo escuro

e os olhos se abrem para nada.

Quero escapar.

Sombras se desdobram

em sussurros

que não quero ouvir.

Espere o tempo, dizem os vultos –

imóvel, obedeço, desencontrado.

Dedos me puxam para o alto,

e enfim respiro. Amanhece.

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