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Exposição retrata de modo autoral a trajetória da palavra na Espanha, do Reino de Castela aos dias atuais | Imagens: Reprodução
Exposição retrata de modo autoral a trajetória da palavra na Espanha, do Reino de Castela aos dias atuais| Foto: Imagens: Reprodução

Mostra

Itinerário Iconográfico da Língua Castelhana

Instituto Cervantes de Curitiba (R. Ubaldino do Amaral, 927, Alto da XV). (41) 3362-7320.

IC abre de segunda a sexta das 8h0 às 22h e no sábado das 9h às 12h30.

Entrada franca. Até 17 de julho.

  • Mostra integra os eventos de comemoração ao terceiro centenário da fundação da Academia Real Espanhola

Uma famosa lápide de cerâmica, grafada no Portal de Bisagra, entrada das muralhas de Toledo, cidade histórica fundada em 193 a.C., epitomiza em boa escala uma tradição milenar: "Oh, peñascosa pesadumbre, gloria de España y luz de sus ciudades".

Datada do século 16 e de autoria de Miguel de Cer­­­vantes, embora tenha sido plagiada de um poeta local – em uma época, é bom dizer, de pouco apreço à propriedade intelectual –, a frase ambígua sobre a cidade de penhascos tristonhos e glórias mil é representativa da longa trajetória da cultura castelhana.

A Toledo evocada de Cervantes é uma das paisagens pictóricas apresentadas em Itinerário Iconográfico da Língua Castelhana, exposição que o Instituto Cervantes abre hoje, a partir das 19h30. Com 36 registros iconográficos do arquiteto madrileno José Maria Plaza Escrivá e painéis em mosaico da arquiteta brasileira Sandra Paro, também curadora, a mostra retrata uma espécie de crônica pictórica da linguagem espanhola, desde o reino medieval de Castela aos dias atuais.

Cronista

Escrivá viajou para cada uma das localidades e desenhou conforme o costume dos cronistas antigos, descrevendo no local as suas percepções. Ao revelar os traços de diversos monastérios, catedrais, igrejas, bibliotecas, palácios e construções antigas, ele averigua por um ângulo artístico o relicário cultural de um país de vasta relação com a linguagem – o castelhano é derivado de línguas populares latinas, chamadas de românicas – e disseminado por todo o mundo.

"As palavras surgiram do desenho, do traço. Ao organizar o olhar lírico de Escrivá nos deparamos com um recorte original e icônico, um viajante apurado, original e capaz de captar a história e seus signos. As glosas, primeiras notas encontradas nos monastérios antigos, demonstram como a escrita evoluiu a partir da fala e do desenho. Escrivá, de certo modo, resgata isso", afirma Sandra Paro. Ela transpôs para a mostra um dos edifícios mais emblemáticos do itinerário do madrileno, a Casa das Conchas, de Salamanca, considerada a cidade do saber.

Conferência

Além do material iconográfico, a mostra é boa ocasião para conhecer os legendários cartulários góticos, registros de títulos das instituições religiosas medievais. Na abertura, José Maria Plaza Escrivá e Sandra Paro darão uma palestra sobre a transformação da língua espanhola através dos tempos.

A exposição se soma aos eventos de comemoração ao terceiro centenário da fundação da Academia Real Espanhola, tradicional instituição que tem para si a tutela oficial da língua castelhana, e integra a série de eventos que Curitiba está recebendo no mês de Copa do Mundo e de concentração da La Roja na cidade.

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