Intercâmbio entre a arte de Curitiba e Berlim

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O título da nova exposição que será inaugurada hoje na SIM Galeria, 25º 25’ S 49º 15’ W / 52º 30’ N 13º 23’ E, código que representa as coordenadas geográficas de Curitiba e Berlim, tem a ver com a proposta que o diretor da galeria, Guilherme Simões de Assis, iniciou neste ano: fazer um intercâmbio entre os artistas representados pela galeria e outros nomes internacionais. Para essa primeira experiência, ele reuniu o trabalho da artista alemã Katinka Pilscheur, que está morando em Curitiba há mais de um mês para produzir as obras da mostra, e trabalhos do brasileiro Tony Camargo. A mostra tem texto crítico do curador de arte Agnaldo Farias, que atuou em museus como o de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

A residência artística de Katinka, cujas obras foram vistas por Assis pela primeira vez na Feira Internacional de Arte do Rio de Janeiro, no ano passado, rendeu uma instalação dentro da SIM feita com estruturas metálicas. O conjunto, segundo ele, tem relação com a construção e o corpo humano. A artista também realizou a obra Barcode, uma espécie de código de barras gigante e colorido.

"Ela pode vivenciar a cena local e ter uma experiência no Brasil, ver esse momento de expansão pelo qual o país está passando", diz o diretor da galeria, que quer trazer um artista espanhol para realizar um trabalho na SIM em 2014.

O "namoro" entre Ka­lin­ka, que é representada pela Koal Gallery, de Berlim e a SIM durou quase um ano, até ela aceitar o convite para vir a Curitiba. Em 2012, a artista já havia passado um tempo em Cuba, e trouxe referências da arquitetura e da cultura daquele país para seus trabalhos. "A mesma coisa aconteceu com a instalação, que reflete essa experiência brasileira", destaca Assis.

Cores e ações

Pinturas, fotografias e videoinstalações de To­ny Camargo, das séries Pla­no­pinturas, Fotomódulos e Videomódulos estarão na exposição em conjunto com as obras da alemã. "Apesar de os dois artistas terem estilos distintos, o Tony também traz a escultura para os seus trabalhos. Esse ‘confronto’ entre eles toma um corpo interessante para a exposição", ressalta o diretor.

Fotografia

Trabalhos mostram diferentes olhares sobre Portugal

Mais uma exposição será inaugurada hoje em Curitiba: Olhar Brasileiro em Terras Portuguesas, no Museu da Fotografia da cidade. Com curadoria da artista visual e pesquisadora Milena Costa, a exposição traz cerca de 60 trabalhos dos fotógrafos Orlando Azevedo, Flávio Damm, Nilo Neto e Pedro Vieira.

A escolha dos profissionais, consagrados na área fotográfica, foi feita pela conexão deles com Portugal. A mostra integra o Ciclo da Fotografia Portuguesa no Brasil, parte das comemorações do Ano Portugal no Brasil. "A ideia foi trazer uma visão de Portugal de quatro gerações diferentes", conta a curadora. As fotos de Orlando Azevedo, por exemplo, são registros desde a década de 1970 até hoje (alguns deles inéditos). "Muitas imagens são da Vila de Monsanto, uma das últimas vilas medievais de Portugal", conta Milena.

Mestre

Damm, gaúcho que é considerado um dos principais fotógrafos brasileiros (ele atuou em publicações como a revista Cruzeiro) expõe fotografias de rua feitas a partir dos anos 1990. Nilo Neto e Pedro Vieira agregaram um olhar mais contemporâneo sobre Portugal, com imagens feitas entre 2012 e 2013.