O projeto Couve-Flor Convida, organizado pelo coletivo de artistas independendes Couve-Flor Mini-Comunidade Artística Mundial, promove uma "mostra da mostra" ao trazer para Curitiba quatro pesquisas em dança contemporânea contempladas com a bolsa do programa Rumos Itaú Dança 2006/2007.
Em março deste ano, o projeto do Itaú Cultural exibiu, em São Paulo, 25 espetáculos e performances e cinco videodanças resultantes do processo de desenvolvimento de pesquisas apoiadas pela bolsa. O Paraná foi representado por duas montagens de artistas do Couve-Flor: Amarelo, de Elisabete Finger, e Solução Para Todos os Problemas do Mundo, de Neto Machado e Stéphany Mattanó.
Os trio de artistas reveza-se com artistas de Salvador (BA) na pequena mostra iniciada ontem à noite, no Teatro Novelas Curitibanas. Ainda dá tempo de assistir aos solos Amarelo e Deslimites, que serão reapresentados hoje, às 20h30.
Elisabete foi buscar no Modernismo de Tarsila do Amaral inspiração para construir seus movimentos, utilizando objetos como um pedaço de plástico amarelo, um cactus, um pedaço de goiabada, uma massa cinzenta que desliza pelo corpo e vira cabelo. Em Deslimites, a baiana Clara Trigo dialoga com a música de Arnaldo Antunes para propor uma recriação da representação da mulher soteropolitana na dança.
No fim de semana, é a vez dos espetáculos em grupo. A dupla paranaense oferece, com bom humor e ironia, soluções para todos os problemas do mundo, enquanto o grupo Dimenti apresenta uma "dança suja de batom" em O Poste, a Mulher e o Bambu. Os baianos partem da idéia da confissão, elemento insistentemente retomado por Nelson Rodrigues em sua obra, para desmontar os estereótipos em torno de uma Bahia folclorizada, representada por um corpo borrado na coreografia criada por Jorge Alencar.
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