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Marlon Siqueira já tocou em várias bandas locais de reggae | Gel Muzzillo/Divulgação
Marlon Siqueira já tocou em várias bandas locais de reggae| Foto: Gel Muzzillo/Divulgação

Inicialmente, é bom ressaltar: 300, blockbuster que chega hoje ao Brasil depois de arrecadar mais de US$ 250 milhões nas bilheterias mundiais em duas semanas de exibição, não é um filme histórico. Ele tem como personagens centrais um pequeno contingente de soldados espartanos que enfrenta um gigantesco exército persa na Batalha das Termópilas, ocorrida cinco séculos antes de Cristo. Mas a produção dirigida por Zack Snyder (Madrugada dos Mortos) se baseia inteiramente na graphic novel Os 300 de Esparta, do gênio dos quadrinhos Frank Miller – o mesmo de Sin City, HQ já adaptada para o cinema.

Os guerreiros de Esparta, cidade-estado da antiga Grécia, são criados desde muitos jovens para o combate. Esse fato é histórico, mas a visão de Miller e de Snyder amplia ainda mais o militarismo dos espartanos, que se mostram um bando de insanos que clamam por sangue e perseguem a glória de morrer lutando pela liberdade de seu povo – as comparações com o belicoso EUA de George W. Bush são possíveis, mas o diretor jura que essa não foi sua intenção com a fita.

As batalhas dominam as quase duas horas de duração de 300. A produção é violenta – mas na versão estilizada dos quadrinhos –, com lutas muito bem filmadas e coreografadas. Cabeças são cortadas, membros são decepados, o sangue espirra na tela em incríveis efeitos visuais. Todo os cenários do filme foram criados por computador, apresentando impressionantes textura e paleta de cores, que certamente vão ser um deleite para os fãs de quadrinhos. Mas não é preciso ser apreciador ou leitor de HQs para se envolver com a produção, que deve chamar mais atenção da platéia masculina (heteros e homos) do que da feminina.

Na história, o rei Lêonidas (Gerard Butler) lidera um grupo de 300 soldados contra o poderoso exército do deus-rei persa Xerxes (Rodrigo Santoro, quase irreconhecível como um gigante de cerca de três metros de altura). A intenção dos espartanos é atrasar o máximo possível o avanço inimigo, enquanto o restante da Grécia se prepara para a guerra. Ao mesmo tempo que Leônidas avança com seus guerreiros, sua esposa, Gorgo (Lena Headey), tenta convencer os dirigentes espartanos a apoiar o marido – esta é a maior diferença em relação à HQ, na qual a rainha tem uma importância bem menor, mas a realidade atual de Hollywood exige personagens femininas fortes.

A ação de 300, com a guerra dos espartanos pela liberdade, não difere muito do que já foi visto na trilogia O Senhor dos Anéis ou em filmes de época como Coração Valente e Gladiador. Mesmo assim, a produção vale o ingresso pelo grande impacto visual. GGGG

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