Já lemos ‘Harry Potter and the Cursed Child’. Saiba o que achamos (sem spoilers)

Nove anos depois de finalizar a série Harry Potter, um novo livro promete tirar os potterheads da monotonia: Harry Potter and the Cursed Child (Harry Potter e a Criança Amaldiçoada), o oitavo livro da série, foi lançado pelas livrarias do mundo no dia 31 de julho, data celebrada pelos fãs por ser aniversário de J.K. Rowling e de Harry.

O livro é o roteiro da peça homônima, que estreou na mesma noite no Palace Theather, em Londres. Escrito por Jack Thorne, o roteiro é baseado em uma nova história de J.K. Rowling, John Tiffany e o próprio Thorne.

O enredo do livro se passa dezenove anos depois do fim do sétimo livro, Harry Potter e as Relíquias da Morte. Ao mesmo tempo que encontramos personagens já conhecidos, como Harry, Rony e Hermione, adultos, conhecemos personagens novos: os filhos dessa geração começam a entrar em Hogwarts.

O personagem principal do livro é Albus, segundo filho de Harry e Gina. Para ele, o legado de viver sendo um Potter é muito pesado - ele não se identifica com o heroísmo do pai, se incomoda com os olhares frequentes que a família recebe e acaba indo para a Sonserina no primeiro dia de aula.

Um dos primeiros cenários da peça é a Plataforma 9 ¾, onde os pais deixam os filhos no Expresso de Hogwarts. Já no trem, Albus conhece Scorpius, filho de Draco Malfoy, e os dois logo ficam amigos.

Os primeiros anos passam em algumas poucas cenas e logo encontramos os personagens em situações críticas. Harry Potter está sobrecarregado de trabalho no Ministério da Magia, já que começa a reconhecer algum movimento entre os dissidentes do grupo de Voldemort; Albus se sente cada vez mais isolado da família depois de brigas recorrentes com o pai. Inconformado com uma decisão recente do Harry, o adolescente decide resolver um problema sozinho. Começa a aventura.

A partir disso, o enredo usa uma boa dose de viagem no tempo e retoma vários momentos clássicos da série, prato cheio para fãs nostálgicos. Alguns desses acontecimentos são apresentados sob o ponto de vista dos personagens novos, que não viveram essas histórias. Além disso, vemos como os personagens mais velhos lidam com os fantasmas do passado e como todos esses acontecimentos alteraram a vida deles. Nesse sentido, essa história é uma espécie de conclusão da série inicial, o que acontece depois do final feliz.

Recepção

Desde que J.K. Rowling anunciou uma nova história da série Harry Potter, em 2013, os fãs especularam e esperaram ansiosamente. Depois do lançamento do título e da sinopse no ano passado, o interesse aumentou ainda mais: a livraria americana Barnes and Nobles afirmou que esse é o livro mais vendido em pré-lançamento desde o último da série Harry Potter. A expectativa do mercado editorial é que esse seja uma das obras mais vendidas do ano.

Ainda assim, os fãs já começam a dividir opiniões. Leitores usuários da rede social Goodreads, dedicada ao universo da leitura, comentam: “não é memorável, mas a nostalgia compensa”; “não é que não existam pontos positivos, mas de uma maneira geral eu preferia esquecer o livro”; “estou muito feliz de ter essa história”.

Em geral, as reclamações mais frequentes são a caracterização do Harry Potter em determinados momentos da história, que parece fugir do que os fãs acreditam ser o comportamento adequado dele; o uso intenso e nem sempre coeso do vira-tempo, artefato que permite viagens no tempo; e a criação da personagem, Delphi, que soa pouco crível para muitos dos leitores. Alguns comentários chegam inclusive a comparar esse texto com uma fanfic - textos amadores escritos por fãs com os personagens desse universo.

As partes mais elogiadas são desenvolvimento do relacionamento de Rony e Hermione e o papel dela na obra, a breve aparição de Dumbledore e seus diálogos com Harry e a criação do carismático e leal Scorpius Malfoy,

A tradução do livro para o português, com o título Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, tem o lançamento previsto pela editora Rocco para 31 de outubro desse ano.