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Ao lado de parceiros, o músico paulistano assina todas as faixas de De Graça | Daryan Dornelles/Divulgação
Ao lado de parceiros, o músico paulistano assina todas as faixas de De Graça| Foto: Daryan Dornelles/Divulgação

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De Graça

Marcelo Jeneci. Natural Musical / Slap (Som Livre). Disponível em streaming gratuito em www.marcelojeneci.com.br. Pop.

O cantor e compositor Marcelo Jeneci não quis fazer de seu segundo álbum, lançado recentemente e com chegada às lojas prevista para a segunda semana de novembro, um disco conceitual. Mas reconhece que há um recado singelo nas 13 faixas de De Graça, todas assinadas pelo músico com alguns de seus parceiros, que vão de Arnaldo Antunes a Laura Lavieri – dona da voz que marcou as canções do primeiro álbum de Jeneci, Feito pra Acabar (2010).

A mensagem, que brotou das experiências do cantor no período seguinte à elogiada estreia, é que a intensidade do viver "é de graça".

"Tô te chamando pra acordar/ E desfrutar a graça de viver", diz a faixa título, que defende que "o melhor da vida é de graça".

"Assim como no Feito pra Acabar, fiz de tudo pra carregar a mesma intensidade na hora de confeccionar esse disco", contou o músico, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo. "É um disco muito honesto com tudo que venho vivendo nestes últimos três anos", conta.

Assim, quando ele canta, em "Alento", que "Tudo se desestrutura/ Pra você se estruturar", fala de um processo pelo qual passou. "Um de Nós" é o avesso de "Pra Sonhar", sucesso de seu primeiro disco que embalou casamentos, ao tratar da separação do cantor. "Foi um sonho que/ acabou."

Elementares, as letras contrastam com o tratamento sonoro dado a De Graça, que tenta fazer de suas passagens instrumentais prolongadas uma espécie de viagem lisérgica, conforme explica Jeneci.

"Foi uma vontade minha de transformar os sons em experiências sonoras em 3D, em que o som fosse se derretendo para dentro do álbum", explica.

É a partir dessas ideias que as canções de Jeneci, de vocação pop e com genes brasileiros, se combinam com uma sonoridade peculiar, marcada por climas e elementos eletrônicos em seus momentos mais obscuros.

Os arranjos de cordas, a maioria assinada por Eumir Deodato, também caminham no sentido oposto à simplicidade e promovem momentos grandiosos no disco. O célebre arranjador foi uma das peças fundamentais para o projeto de Jeneci, que também tinha objetivos claros ao convidar Adriano Cintra (ex-CSS) para co-produzir o disco ao lado de Kassin. Por isso mesmo, o que se ouve é resultado de um consenso difícil. "Sinto esse um disco muito mais meu no sentido de participar de todos os detalhes, a ponto de encher o saco da galera", brinca Jeneci.

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