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Jimi Hendrix, considerado um dos maiores guitarristas de todos os tempos e um notório mulherengo, mentiu sobre ser gay para deixar o Exército americano e perseguir seu verdadeiro amor, a música, afirma uma nova biografia do astro do rock.

"Room full of mirrors", escrita por Charles Cross e publicada pela editora Hyperion, relata a vida de Hendrix, da infância problemática em um bairro negro de Seattle aos primeiros atritos com a lei e à ascensão vertiginosa ao topo do mundo do rock com sucessos como "Purple haze", "Hey Joe" e "The wind cries Mary".

- É quase impossível acreditar que ele tenha levado uma vida tão rica e cheia de matizes - diz Cross, que entrevistou mais de 300 pessoas para compor a biografia, que chega esta semana às livrarias do exterior.

Hendrix só começou a tocar guitarra aos 15 anos. Três anos mais tarde, em 1961, alistou-se na 101ª Divisão Pára-quedista, aceitando uma oferta da Justiça: era isso ou ir para a cadeia por dirigir carros roubados.

O guitarrista alegava ter sido dispensado do Exército após 13 meses, depois de quebrar o tornozelo em um treinamento de saltos, mas arquivos militares mostram que ele foi dispensado por "tendências homossexuais".

De acordo com os registros, Hendrix contou ao psiquiatra da base que tinha fantasias sexuais com seus colegas de quartel, que estava viciado em masturbação e tinha se apaixonado por um membro do esquadrão, relata Cross.

- Ele queria dar o fora - afirma o autor. - A música tinha se tornado sua vocação.

A carreira de Hendrix ganhou velocidade depois de ele deixar o forte Campbell, em Kentucky. O guitarrista começou a fazer turnês pelo Sul dos EUA e tocar com músicos de destaque como Otis Redding, os Isley Brothers e Little Richard no chamado Chitlin' Circuit, um circuito de pequenas casas de show que recebia artistas negros nos anos 60, quando a maioria deles era ignorado pela mídia e não conseguia bons lugares para tocar .

A rotina de músico de apoio tornou-se sufocante depois de algum tempo, levando Hendrix a se mudar para Nova York para depurar seu estilo. Em 1966, ele foi para Londres, onde liderou o trio que ficou conhecido como The Jimi Hendrix Experience.

Quatro meses depois de chegar à Inglaterra, surgiu o primeiro single do trio, "Hey Joe". Nove meses mais tarde, lançaram o histórico álbum "Are you experienced?".

Uma performance deslumbrante no Monterey Pop festival, em 1967, alçou Hendrix à fama nos EUA. Em 1969, o guitarrista encerrou o festival de Woodstock com a lendária versão solo do hino "The Star-Spangled Banner".

Com dedos rápidos como raios, Hendrix hipnotizava as platéias com sua mistura de blues, R&B e rock, em performances em que era capaz de arrancar as cordas com os dentes, tocar com a guitarra nas costas e até incendiar o instrumento.

A fascinação por Hendrix persiste. Mais de 50 milhões de seus discos foram vendidos desde que o guitarrista morreu, asfixiado pelo próprio vômito após tomar uma overdose de pílulas para dormir, segundo autoridades londrinas.

- Hendrix viva no limite - diz Cross. - Ele entrou de cabeça no Chitlin' Circuit, onde todo mundo se vestia da mesma maneira, e depois conquistou seu lugar na cultura branca e na cultura selvagem dos anos 60. A vida dele é uma janela única para as Américas branca e negra dos anos 50 e 60.

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