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Os irmãos Bem e Preta Gil (10/01), Gilberto Gil (11/01) e Jards Macalé (12/01) são os convidados especiais de Jorge Mautner para a temporada de lançamento do CD "Revirão", no Estrela da Lapa.

O álbum, produzido por Berna Ceppas e Kassin com direção musical da dupla mais Nelson Jacobina e Domenico Lancelotti, é todo de músicas inéditas, algumas compostas em parceria com nomes como Bem Gil, Bartolo, Ronald Pinheiro, o próprio Jacobina e o supracitado Gilberto Gil.

O disco

"A coisa mais importante é o amor. Mesmo a ira é um ato amoroso. Mas quando o amor é celebração da vida fica ainda melhor. É isso que eu faço no disco, celebro a vida, o Brasil, o amor, que é a graça divina que faz possível a existência aqui na Terra", reflete Mautner sobre a presença do sentimento em seu CD.

"Revirão" é, então, um CD de amor. Romântico? Também, mas não só. Mesmo porque o humor e a inteligência de Mautner atravessam o disco. Não há banalidade ali.

O coração despedaçado aparece em "Estilhaços de paixão" ("É a velha história/ Tão sem graça e sem glória/ Eu te amo e você não"). Essa tem a voz de Caetano - cada vez melhor nesse terreno de canções populares de amor. A jovenguardista "Assim já é demais!" é um hino para os humilhados na relação amorosa que tentam se revoltar, mas sem a menor vocação para isso ("Não sou cachorro não mas aonde você for eu vou"). A fé que "o amor nunca morre porque tem ressurreições" está na disco "Ressurreições" - uma das cinco parcerias com Nelson Jacobina. O resumo das intenções de Mautner dá as caras no rock "Kilawea": "Penso no amor como se fosse uma crença/ (...) O amor é a melhor idéia".

A louvação à brasilidade entra em "Todos viram", parceria com Gil, cantada pelo baiano. Mas também aparece na homenagem ao AfroReggae "Acúmulo de azuis" e na "História do baião". Todas tributos à "nação-emoção", aos "tambores que nos ensinam", à "terra do sol"

- O Brasil foi feito pela música. Era ela que os jesuítas usaram na sua relação com os índios. Assim começou nosso amálgama - defende. - O Brasil é um gigante que se fingiu de invisível, mas agora não dá mais. O mundo nos cobra isso, a própria cultura digital favorece isso. Há a preponderância do afeto na internet, as pessoas entram nela para se conhecer. E o Brasil é afetivo. Acabo de ver um livro no qual um grupo de jovens filósofos franceses pedem ajuda aos brasileiros para saírem da compartimentação em que a França está metida. O amálgama brasileiro é o desejo do mundo.

O Brasil marca presença também na reflexão sobre nossa moralidade em "Os pais", parceria com Gil que abre o disco. É uma provocação sobre liberação e repressão, que convivem no país - a música fala da aceitação do erotismo da mulata no carnaval e, por outro lado, da preocupação dos pais com os molestadores sexuais.

- Não aponto conclusões. Uma pode acabar com a outra, elas podem achar um equilíbrio ou pode continuar como está.

A única conclusão é a apontada nos filosófico-sacanas versos finais ("Mantém-se a moral por um fio/ Um fio dental").

Serviço

O show de lançamento de 'Revirão' será na Estrela da Lapa (Av. Mem de Sá, 69 – Lapa – Tel: 21 2507-6686). De quarta (10) a sexta (12). 21h30 (quarta) e 22h (quinta e sexta). R$ 25 (quarta) e R$ 30 - estudantes e idosos pagam meia

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