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Nem nos delírios mais etílicos Vinicius de Moraes foi tão longe. Quase sem querer, Hugo Carvana e o roteirista Paulo Halm beberam da frase do poetinha - "O uísque é o cachorro engarrafado" - e engarrafaram uma musa, figura do cotidiano dos poetas. Mas aqui o caso é outro. "On The rocks" ou caubói, o público poderá ver Juliana Paes personificando o tal melhor amigo do homem, segundo Vinicius, na comédia "Casa da mãe Joana".

As filmagens do sétimo longa-metragem de Hugo Carvana - diretor de sucessos como "Vai trabalhar vagabundo", "Bar Esperança" e "Apolônio Brasil" - estão a todo vapor em um grande estúdio do Pólo de Cinema do Rio. Está lá o cenário do apartamento que abriga tipos hilários interpretados por Paulo Betti, José Wilker e Antonio Pedro. E, no delírio deste último, entra Juliana Paes.

- Antonio Pedro é um velho escritor sem sensibilidade para voltar a escrever. Ele começa a sofrer um "delirium tremens" e vê surgir na garrafa de uísque uma mulher fantástica - conta Hugo Carvana, enquanto se delicia com um copo de uísque, tendo Juliana Paes à sua frente.

A atriz, com apenas um filme ("Mais uma vez amor", de Rosane Svartman) no currículo, é ao lado de Fernanda Freitas, a novata em cinema, em meio a um elenco para lá de experiente. Além dos três atores já citados, Agildo Ribeiro, Pedro Cardoso, Malu Mader, Laura Cardoso e Miéle também estão em "Casa da mãe Joana".

- Quando reúno um elenco, a primeira razão é a qualidade, claro, mas principalmente é a capacidade de me devolver o ritmo, a alegria. E Juliana é daquelas que seduz com a timidez - derrete-se Carvana.

Para interpretar a musa engarrafada e inspiradora de Montanha (Antonio Pedro), Juliana precisou atuar sozinha um dia inteiro à frente de uma parede verde e personagens inexistentes. Tudo para criar os efeitos especiais de Dolores Sol dentro da garrafa de uísque.

- Tudo é uma diversão. A Dolores debocha dele o tempo todo. É um fantasma que veio para infernizar e não ajudar.

Ainda engatinhando no mundo de cinema, a atriz pede calma sobre as especulações de um possível trabalho em Hollywood. Juliana fechou contrato semana passada, em Los Angeles, com a mesma agência responsável por artistas consagrados como o recém ganhador do Oscar Phillip Seymour Hoffman, Andy Garcia e a "Desesperate Housewifes", Teri Hatcher.

Juliana explica que a agência entrou em contato com seu empresário no Brasil depois de a terem conhecido na lista da revista "People" com as 100 celebridades mais belas do mundo. A atriz enviou, depois, um DVD com seu único trabalho no cinema, cenas de novelas e comerciais. Só aí embarcou para os Estados Unidos e fez testes de imagem. Mas a musa garante ao fãs brasileiros que carreira no exterior não é prioridade.

- Lá somos números. Não quero ir por qualquer coisa. Avisei a eles 'Don't make me waste my time' - disse a atriz usando um exemplar inglês para dizer que não quer perder tempo na América com qualquer papel. - Falei que quero papéis legais. E se é para fazer novelas lá, fico aqui.

Enquanto pensa se vai a Los Angeles "fazer lobby" com produtores em meados de setembro, Juliana começa a se preparar para mais uma novela, "Pé na jaca". Logo conversará com o diretor Carlos Lombardi para conhecer sua personagem. Sabe-se até agora que se trata de uma "dona-de-casa batalhadora".

- Ela sofre agressões do marido e dá a volta por cima. Não sei ainda se vai ser sensual ou não.

"Casa da mãe Joana" e "Pé na jaca" só poderão ser vistos pelo público em janeiro de 2007. Antes teremos Juliana Paes deslumbrante em fotos da nova campanha da Arezzo. Sob direção de Giovani Bianco, a atriz posou a la Brigite Bardot para a marca de sapatos femininos. Ela é a nova garota-propaganda no lugar de Claudia Raia, com um contrato a peso de ouro.

A bela só mostra tristeza no olhar quando lembra da morte do amigo Bussunda. A dupla estava em renegociação com a cervejaria Antartica para novos comerciais quando todos foram tomados de surpresa pelo falecimento do humorista. Juliana não sabe se continuará como garota-propaganda da marca, nem se aceitará outro ator como par cômico.

- Ele é insubstituível. Não sei como vai ficar.

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