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Kate Nash: mais roqueira | Fotos: Divulgação
Kate Nash: mais roqueira| Foto: Fotos: Divulgação

Uma das protagonistas da chamada British lady invasion – a "invasão" de jovens cantoras no pop britânico, a exemplo de Lily Allen, Amy Winehouse, Adele e Duffy –, Kate Nash, 22 anos, foi das que mais rapidamente alcançaram o estrelato. Nascida em Dublin (Irlanda) e radicada em Londres desde a infância, Nash trocou o piano pelo violão ao ficar de molho por causa de um pé quebrado e, enquanto descansava, compôs as canções de Made of Bricks (2007), seu disco de estreia, que atingiu a primeira posição do ranking britânico UK Charts na semana em que chegou às lojas.

Optar por esperar um pouco e pensar no álbum seguinte com calma foi, sem sombra de dúvida, a decisão musical mais acertada que a jovem Nash poderia ter tomado. Foram três anos de espera até o lançamento de My Best Friend Is You, segundo disco da cantora, lançado no exterior na semana passada e ainda inédito por aqui. Com produção de Bernard Butler, ex-guitarrista do Suede e responsável por Rockferry, de Duffy (o quarto álbum mais vendido no mundo em 2008), o sucessor de Made of Bricks estreou na oitava posição do UK Charts, apresentando uma Kate Nash bem diferente.

Rock

A primeira música do novo trabalho divulgada no MySpace da cantora há pouco mais de um mês, "I Just Love You More", foi suficiente para deixar de cabelo em pé os que esperavam uma mera repetição do hit "Foundations".

O início de guitarras distorcidas e dissonantes dá ao ouvinte a impressão de que Nash passou os últimos anos ouvindo a discografia da banda nova-iorquina Sonic Youth, certeza que se concretiza com a entrada dos vocais – qualquer semelhança com Kim Gordon simplesmente não pode ser mera coincidência. Sem refrão (apenas a frase "i just love you more" é repetida do início ao fim), a canção termina em um frenesi de gritos histéricos e desafinados, estranhamente enfeitados por arranjos de violino, que tornam tudo ainda mais nonsense.

Mas, pelo jeito, a intenção era só assustar os mais desavisados. Missão cumprida. Tudo volta ao normal no primeiro single de trabalho do disco, "Do Wah Doo", que remete aos girl-groups dos anos 60, com camadas de cordas, pianos e palminhas aqui e acolá. O mesmo se repete em "Paris" e na divertida "Kiss that Grrrl" – sim, bandas do movimento riot grrrl, como Bikini Kill, também estão entre as influências mais marcantes das novas canções, entre elas "I’ve Got a Secret".

Em um rompante feminista, Nash garante um adesivo de alerta ao conteúdo explícito das letras na capa de My Best Friend Is You ao usar todos os palavrões possíveis em "Mansion Song", espécie de spoken-word, em que ela desanca os rockstars e sua relação com as fãs. Na tentativa de soar diferente, Nash acaba se aproximando demais do universo de Regina Spektor em "Pickpocket" e tenta emular o timbre aveludado de Cat Power em "You Were so Far Away". Funciona melhor nos momentos em que tenta soar como ela mesma, ainda que essa sonoridade esteja em processo de construção. GGG

Serviço

My Best Friend Is You, Kate Nash. Geffen Records. Importado. Preço médio: US$ 14.

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