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Depois de anos combatendo uma artrite reumatóide, a atriz americana Kathleen Turner está em turnê americana novamente com "Who's Afraid of Virginia Woolf", após temporadas de sucesso em Nova York e Londres.

A atriz de cinema e teatro de 52 anos e voz rouca, que, quando não está atuando, leciona na Universidade de Nova York, conversou com a Reuters recentemente sobre como a artrite quase destruiu sua carreira - e ela mesma.

Pergunta - Ouvi dizer que "Who's Afraid of Virginia Woolf" é uma peça fisicamente exaustiva para os atores. É verdade?

Resposta - Às vezes, no bastidores, ouço pessoas dizendo "estou exausto! E você, como está?", e eu respondo, "ótima!". Fazer a peça acaba aumentando nossa energia. É verdade que nos dias em que fazemos duas apresentações, chego ao final do sexto ato detonada. É uma coisa fisicamente cansativa. Mas é tão satisfatório para mim poder usar tanto de mim mesma - minha inteligência, habilidade cômica, habilidade física, minha voz. É uma sensação fantástica, como a de uma ótima malhação.

Pergunta - Você precisa malhar para fazer esse trabalho. Com que frequência?

Resposta - Pelo menos cinco dias por semana. Tenho artrite reumatóide, e é imprescindível me manter em forma, para que os ossos fiquem protegidos.

Pergunta - A artrite reumatóide não apenas prejudicou sua carreira, como realmente afetou sua vida.

Resposta - Foi muito duro. Acho que, se não tivessem surgido medicamentos novos que me mantêm boa... Acho que se eu tivesse outra recaída aguda, ficaria com ânimo suicida.

Na época, eu apenas fiquei determinada a resgatar alguma coisa, a voltar a atuar, porque em dado momento me disseram que eu passaria o resto da vida numa cadeira de rodas. E eu respondi: "Não! Ao inferno com vocês". Foi uma luta e tanto.

Pergunta - Não fizeram o diagnóstico correto por um bom tempo.

Resposta - Em 1995 eu fiz a divulgação da detecção precoce para a Fundação de Artrite. Porque hoje, com os medicamentos que existem, uma vez diagnosticada a artrite não há razão para que se sofra os danos que eu sofri, ou que muitas pessoas de minha idade sofremos. Nem sei mais por quantas cirurgias já passei.

Pergunta - Você começou a chamar a atenção do público na década de 1980 com "Corpos Ardentes", "Tudo por uma Esmeralda" e "A Guerra dos Roses". Então seus papéis perderam peso. Isso se deveu à artrite?

Resposta - Foi em boa medida por causa da artrite, cujo diagnóstico recebi em 1993. Uma coisa eu lhe garanto: a doença pode não significar risco de vida, mas risco a seu estilo de vida, sim.

Você sofre tanta dor. Eu não conseguia andar ou me mexer. E me fizeram tomar um incrível coquetel de drogas. Com a metade dele, se a artrite não a pegar, as drogas o farão.

Então eu não podia encarar um contrato para um grande papel, porque tinha medo de não conseguir cumpri-lo. Tive que aceitar apenas papéis pequenos e coisas que eu sabia que conseguiria fazer. Mas minha saúde foi melhorando com o passar dos anos. Eu lutei e me recuperei.

Pergunta - Você atuou no super-sensual "Corpos Ardentes", em 1981, e então em 2000 veio "A Primeira Noite de um Homem" e a "cena de nu".

Resposta - Isso provocou muito falatório. Lá estava eu, aos 48 anos de idade, ficando nua sobre o palco. Pensei: "Ao inferno com vocês todos! Estão me dizendo que só porque tenho 48 anos eu já deixei de ter 'sex appeal'? Não creio!"

Recebi cartas belíssimas de mulheres. Me lembro sempre de uma que disse: "Não tiro a roupa diante de meu marido há dez anos. Mas vou tirar hoje". Vá fundo, garota!

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