Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
TEATRO

Krum fala com lucidez sobre “vidas mínimas”

Companhia curitibana monta no Rio de janeiro texto inédito de dramaturgo israelense.

Companhia curitibana encena texto conectado com a atualidade. | Divulgação
Companhia curitibana encena texto conectado com a atualidade. (Foto: Divulgação)

Na contramão da tendência de um teatro grandiloquente, de musicais e monólogos de atores estrelados, o dramaturgo curitibano Marcio Abreu pediu para tirar duas fileiras de assentos do Teatro Oi Futuro no Rio de Janeiro e, assim, aumentar o palco aproximando-o da plateia.

A intimidade do arranjo fortalece a contundência do texto de Krum,do dramaturgo israelense Hanoch Levin (1943-1999), encenada pela primeira vez no Brasil com direção de Abreu e com a Cia Brasileira de Teatro.

Este é o segundo projeto em que o grupo criado em Curitiba trabalha com a atriz Renata Sorrah – depois de Esta Criança, de Joël Pommerat. Outros nomes de destaque na cena teatral contemporânea estão no elenco o como Danilo Grangheia. Edson Rocha, Ranieri Gonzales e Cris Larin.

Consagrada na televisão há mais de 40 anos, Renata diz que se realiza mesmo trabalhando em montagens intimistas e esteticamente corajosas. “Num teatro pequeno cada um dos espectadores é precioso, as respostas recíprocas são melhor construídas. Eu gosto é de estar em um grupo, de pegar a estrada”, disse.

Apesar de escrito na década de 1970, Krum é conectado com temas muito atuais que trata sem meias palavras. Como o conflito entre o conformismo e a necessidade de mudança, entre a realidade vulgar que vivemos e o lirismo delirante que um dia vai chegar.

A peça começa quando o personagem-título volta de uma longa viagem, em relação a qual toda sua pequena cidade natal tinha grande expectativa. Ele, porém, não tem nada para contar ou mostrar.

De volta à velha vida, encontra tudo no mesmo lugar e é engolido ela antiga rotina de família, amigos, sexo e drogas. Num círculo social fadado ao fracasso e a irrelevância ele mantém uma atitude soberba e se ilude com a escrita de um romance que o redimiria.

“Há uma lucidez muito evidente no texto, de falar sem pudores coisas que as pessoas não dizem na cara dos outros. É uma peça sobre pessoas. O que está em jogo é a matéria humana. Há um olhar, ao mesmo tempo, cruel e generoso sobre vidas mínimas”, explica Abreu.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.