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Marcelo Olinto em sua furiosa coreografia | Lina Sumizono/Divulgação
Marcelo Olinto em sua furiosa coreografia| Foto: Lina Sumizono/Divulgação
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A comemoração aos 25 anos da carioca Cia. dos Atores trouxe a Curitiba dois solos bastante diferentes entre si, mas que revelam inquietações contemporâneas. As duas peças têm sessão nesta sexta-feira à noite, às 19h e 21h30, no Teatro Sesc da Esquina.

Marcelo Valle usa projeções habilidosas em LaborAtorial para falar de identidade, carreira e da própria existência. O ator começou sua performance multimídia na garagem do Sesc da Esquina, para depois conduzir os 50 espectadores ao palco do teatro, onde foram acomodados em cadeiras ou almofadas no chão.

Com vídeos que surgiram ao longo do processo de pesquisa – mostrando o ator cortado ao meio ou dialogando consigo mesmo -, o trabalho ressaltou a desconexão do ser humano hoje, dividido em definições de gênero e nicho tão segmentadas que, por vezes, dificultam a experiência integral e autêntica da formação identitária.

A forma de solicitar a atenção do público e o próprio cenário intimista – com as cortinas do palco fechadas ao redor do grupo de espectadores – aproximaram o performer da plateia. Mas a reação de quem assiste é o tempo todo de estranhamento e autoproteção, já que a proximidade tende a ser agressiva quando ele filma partes de seu corpo, projetadas num telão, ou grita partes do texto.

Moda

No segundo solo da noite, Marcelo Olinto aborda a moda com uma pegada igualmente existencial em Como Estou Hoje. Com texto e encenação do coreógrafo João Saldanha, ele encara a plateia numa sensual provocação enquanto discorre sobre relações entre sociedade e vestuário, mas também, de forma lírica, sobre outras questões da vida.

O figurino, criado pelo ator, é um dos focos centrais do espetáculo. Com um roupão de seda, que depois revela uma calça rasgada; botas de salto alto e camisa e calça bem ajustados, ele se despe e veste diante do público, numa performance em que a coreografia proposta envolve ações rotineiras e muita virilidade.

O horário marcado para esse solo, porém, 21h30, após o primeiro trabalho, das 19 horas, não contribui para a fruição do intrincado e intenso texto poético.

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