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Quem entra em uma livraria para escolher um presente, é facilmente seduzido por uma infinidade de opções para si próprio. Por isso, o Caderno G preparou um pequeno guia com alguns dentre inúmeros (bons) lançamentos para ajudar a presentear livros neste Natal, de acordo com o gosto do freguês.

Vamos primeiro às crianças. Para alívio – ou não – de muitas delas, a terrível saga dos órfãos Sunny, Klaus e Violet chega aos fim. O Fim é justamente o título do 13.º volume da Coleção Des-venturas em Série, de Lemony Snicket (Companhia das Letras, 312 págs., R$30). Os pequenos sádicos vão adorar esta última dose de sofrimento que os irmãos Baudelaire terão que engolir para fugir da perseguição do terrível Conde Olaf. Ele e as crianças estão no barco que os salvou no final de O Penúltimo Perigo. Atracam em uma ilha povoada por náufragos e comandada por Ishmael, um homem barbudo com os pés feridos sempre cobertos de barro. Mas, o autor avisa: o livro não é para qualquer um; talvez seja recomendável que se faça um check-up cardíaco antes de lê-lo.

Premiado

Para os que colecionam obras de vencedores do Prêmio Nobel de Literatura, um ótimo presente é o romance Neve, de Orhan Pamuk, primeiro escritor turco a ser laureado pela academia sueca, em outubro deste ano. No Brasil, o livro – considerado o mais político do autor – foi lançado recentemente pela Companhia das Letras (488 págs, R$54), com tradução de Luciano Machado. A história é uma alegoria dos conflitos entre Ocidente e Oriente. O poeta Ka é pago por um jornal de Istambul para viajar a Kars, com a finalidade de acompanhar as eleições municipais e descobrir porque as mulheres da cidade estão se suicidando. Durante a visita, uma nevasca bloqueia todas as estradas, isolando a cidade do resto do mundo. É nesse clima de isolamento que um veterano ator e sua mulher aproveitam para liderar um golpe militar.

Aos que vão viajar neste fim de ano, o novo livro do viajante Amy Klink é uma boa companhia. Em Linha-D’Água – Entre Estaleiros e Homens do Mar (Companhia das Letras, 352 págs., R$ 41) o autor conta as diversas etapas da construção de seu barco Paratii 2, que começou com a criação de uma escola de soldadores e depois com a montagem do estaleiro. Pelo excessivo rigor com que planeja suas viagens, o autor detesta ser rotulado como "aventureiro".

Por isso, se você vai presentear um fã de aventuras, melhor opção é a biografia de um aviador militar bem ousado. Em As Aventuras do Marechal que Fez uma Revolução nos Céus (Ed. Planeta do Brasil, 352 págs., R$39,90), Fernando Morais documenta a incrível trajetória de Casimiro Montenegro Filho, mais conhecido como Marechal Montenegro, que realizou a primeira viagem da missão do Serviço Postal Aéreo Militar, hoje Correio Aéreo Nacional, em 1931. Em 1930, aderiu aos revolucionários de 1930 e, na década de 50, peitou o presidente da República, ministros e até companheiros de farda para criar o Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA).

Os fãs de aventuras policias vão devorar em poucas horas o último livro de Dennis Lehane, Dança na Chuva (Companhia das Letras, 424 págs., R$44). Desta vez, o detetitive Patrick Kenzie investiga a morte da jovem Karen Nichols. Aliás, ele parece ser o único a negar o seu assassinato e, por isso, passa a receber ameaças de morte.

Melhor do que ler os poemas de Manuel Bandeira, um dos grandes bardos brasileiros, é escutá-lo. O autor, que morreu há 38 anos, lê com forte sotaque pernambucano 25 dos 50 poemas reunidos no CD que acompanha a antologia 50 Poemas Escolhidos pelo Autor (88 págs., R$49), lançada pela Cosac Naify como parte de um pacote de reedição da obra do poeta.

Já aos que sempre ficam encarregados de cozinhar a ceia do Natal, um bom presente talvez seja A Miscelânea da Boa Mesa de Schott (Intrínseca, 160 págs., R$ 34,90). Seu autor, Ben Schott, é para a Inglaterra o que Marcelo Duarte (autor do Guia dos Curiosos) é para o Brasil. Desta vez, o britânico reúne informações que vão da fórmula típica do curry à dieta do líder indiano Mahatma Gandhi, passando pelo cardápio do jantar de 45 anos de John F. Kennedy. Dentre os "saberes inúteis" propagados pelo autor, também estão a receita de como cozinhar um cisne; como Hemingway gostava de preparar seus martínis; porque os aspargos deixam cheiro na urina; e, a lista das últimas vontades gastronômicas de condenados à morte no estado do Texas.

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