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Trazer a literatura de volta para o lugar dela. Para perto dos leitores "amadores" –, não os anti-profissionais, mas o apaixonados por livros. Essa é a proposta do Paiol Literário, uma série de encontros – promovida pelo jornal literário Rascunho em parceria com a Fundação Cultural de Curitiba e o Sesi-PR – com grandes nomes da literatura nacional, que virão a Curitiba para conversar sobre leitura, livros e as paixões provocados por eles. Essa é pelo menos a conversa que o mediador dos debates, o escritor carioca José Castello, que atualmente vive na capital paranaense, pretende levar com os convidados. O primeiro deles, nessa quarta-feira, é Ignácio de Loyola Brandão, escritor e cronista paulistano.

A idéia, segundo Rogério Pereira, editor do Rascunho, é antiga e começou a ser formatada depois da comemoração de seis anos do jornal, que contou com a participação do escritor gaúcho Moacyr Scliar e do curitibano Cristóvão Tezza. "Junto com o projeto do Rascunho, que já é um jornal consolidado, de relevância editorial, pretendemos colaborar na criação de um ambiente literário na cidade. Assim como acontece com o teatro, que já tem um festival, companhias importantes e atores de projeção nacional. E como acontece também com a literatura em Porto Alegre, que fica fora do eixo Rio – São Paulo, mas tem feira de livros, casas editoriais", explica. Para isso, além do Paiol Literário, outro projeto do grupo é uma Oficina Literária com José Castello na Fundação Cultural. As aulas começam dia 18 de julho e as inscrições podem ser feitas na Coordenação de Literatura da instituição. O valor da mensalidade será de R$ 70.

Enquanto isso, os encontros pretendem aproximar a literatura dos leitores comuns. "Nas últimas décadas, a literatura virou disciplica acadêmica, matéria de especialistas e se fechou para quem não era iniciado nisso. Houve alguns pontos positivos, como o crescimento da produção e a qualidade de teóricos e críticos da área, mas houve também um lado nefasto que foi o de cifrar a literatura e espantar o leitor. Sem leitor, não há literatura", comenta Castello. Para ele, uma das funções do evento é fazer essa aproximação e mostrar a quem quer que seja que é bom ler, que a literatura pode ser um instrumento importante para "pensar o mundo". "Infelizmente a literatura, como as outras artes, se profissionalizou, foi para as universidades, se voltou para o mercado, e acabou esquecendo a relação primeira que é entre o fruidor – ou nesse caso, o leitor – e a arte. É preciso recuperar isso. E é o que estamos tentando", afirma.

E para as discussões no Paiol, nada de teorizações sobre o tema. "A primeira pergunta que vou fazer para o Loyola Brandão vai ser: ‘Qual foi o livro que você leu que puxou o seu tapete? Que trouxe você para esse mundo?’ Eu poderia perguntar isso para qualquer pessoa que estiver ali na platéia. Afinal vamos falar sobre um assunto que estabelece uma ligação entre todas as pessoas que estiverem ali", diz Castello. Sobre o público, um aviso: a entrada é franca e todos são bem-vindos: "Não tenho preferência por nenhum tipo de público. Quero ver o Paiol cheio e ter uma discussão interessante", afirma Pereira. Os encontros serão filmados e os melhores momentos reapresentados nas próximas edições do evento. Todo o conteúdo estará registrado no Rascunho e no site do jornal (www.rascunho.com.br).

Serviço: Paiol Literário, com Ignácio de Loyola Brandão. Mediação de José Castello. Teatro do Paiol (Praça Guido Viaro, s/n.º, Prado Velho), fone (41) 3213-1340. Dia 21, quarta-feira, às 20h30. Entrada franca.

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