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Marcelo Yuka: músico, poeta e ativista contra a violência vai relatar a sua experiência pessoal | Divulgação
Marcelo Yuka: músico, poeta e ativista contra a violência vai relatar a sua experiência pessoal| Foto: Divulgação

Serviço

33.ª Semana Literária Sesc

Praça Santos Andrade (R. Alfredo Bufren, 197 – Centro). Hoje, a partir das 15 horas. Entrada franca. Até 20 de setembro. A programação completa do evento pode ser acessada no site: www.sescpr.com.br/semanaliteraria.

  • Luís Henrique Pellanda:
  • Zueneir Ventura e Bernardo Kucinski debatem se a leitura pode tornar o país menos desigual

Um país com mais leitores é um país menos desigual e violento? Há relação entre a literatura de um lugar e a justiça social? Como a violência brasileira, tão antiga e conhecida de todos, é retratada por nossa tradição literária?

Estas são algumas das questões que a 33.ª Semana Literária Sesc se propõe a investigar no evento que começa hoje e vai até sábado em Curitiba e mais outras 20 cidades paranaenses.

Durante toda a semana, importantes nomes da literatura nacional, como Zuenir Ventura, Sérgio Rodrigues, Bernardo Kucinski e outros participam de mesas-redondas, palestras e bate-papos sobre o tema. A programação segue ainda com uma série de oficinas literárias.

Simultaneamente, acontece a 12.ª Feira do Livro da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que reúne livrarias locais e editoras universitárias de várias partes do país, oferecendo ao público sessões de autógrafos e os lançamentos do mercado editorial com descontos especiais. Em todas as cidades, atividades artísticas recheiam o evento, com apresentações musicais, performances, exposições e cinema.

A curadoria do evento é do escritor Luís Henrique Pellanda e o patrono desta edição é o escritor Domingos Pellegrini, ambos colunistas da Gazeta do Povo.

Para Pellanda, a temática desta semana literária tem a intenção de analisar de que forma a literatura reage aos problemas do Brasil contemporâneo, e como a escrita, de um modo geral, pode trabalhar esses assuntos.

"A violência é um tema clássico em qualquer forma de narrativa. As primeiras histórias contadas em volta da fogueira eram relatos de casos de violência que já tinham a intenção de, ao mesmo tempo, fascinar, manter a comunidade e ensinar algo. Toda a cultura é a uma resposta da violência e da natureza, da qual fazemos parte", analisa.

"Existe violência nas pinturas rupestres, nas narrativas bíblicas, nas fábulas infantis, nas peças de Shakespeare, no cinema, no jornalismo e na televisão. O assunto sempre foi usado para nos prender a atenção", ressalta.

Homenagem

Em 2014, o escritor homenageado do evento é o mineiro Rubem Fonseca. Para o curador, o texto enxuto, direto e francamente assustador do autor de Feliz Ano Novo e O Cobrador (ambos lançados pela Companhia das Letras) ajudaram a redefinir os caminhos da narrativa policialesca nacional e da literatura brasileira como um todo.

"O nome dele é o primeiro que vem à lembrança quando se pensa em literatura e violência no Brasil contemporâneo", explica.

Pellanda chama a atenção para o tipo de aspereza que permeia a obra de Fonseca, segundo ele, mais gratuita e assustadora do que a que existia até sua aparição, na década de 1970. "Antes, havia na literatura regional relatos de crimes de honra ou de conquistas territoriais. Na metade do século, Dalton Trevisan começou a escrever sobre a desumanização da vida nas cidades que começavam a crescer, e revelou a violência de nossas paixões", observa.

A crueldade narrada por Rubem Fonseca, avalia Pellanda, "buscou, quem sabe, uma violência diferente, mas igualmente chocante: aquela isenta de paixões, aparentemente sem sentido, e por isso mesmo, mais assustadora".

Mesas

Confira as principais atrações da 33ª Semana Literária Sesc, que ocorrem sempre na Praça Santos Andrade :

Segunda-feira

15 horas

• Palestra – O Avesso da Violência, com Domingos Pellegrini. Patrono do evento, o escritor abordará o tema falando da vida de líderes como Jesus, Ghandi, Mandela, Hitler e Stalin.

19h15

• Palestra – Um País Partido?, com Zuenir Ventura e mediação do jornalista da Gazeta do Povo, José Carlos Fernandes. Ventura é um dos jornalistas que mais escreveu e pensou sobre a violência no país e discorre sobre como reagir à ela por meio da educação, da cultura e da atividade jornalística.

Terça-feira

21 horas

• Sessão de autógrafos dos livros Alice (Rocco), K. (Cosac Naify) e Você Vai Voltar pra Mim (Cosac Naify), de Bernardo Kucinski.

Quarta-feira

13h30 às 16h30

• Oficina – Biografia: como Contar a Vida dos Outros, com Josélia Aguiar. A biógrafa do escritor Jorge Amado ministra oficina em que revela segredos do seu ofício. Sujeito à lotação dos 30 lugares disponíveis.

15 horas

• Bate Papo – Ler para Viver, com Rogério Pereira e mediação de Luiz Rebinsk. A partir de sua longa experiência como leitor, escritor e jornalista, Rogério Pereira, atual diretor da Biblioteca Pública do Paraná, busca responder a uma pergunta aparentemente simples: o que nos leva a ler ficção e poesia?

Quinta-feira

15 horas

• Debate – Narrativa da Vida, com Marcelo Yuka e mediação de Yuri Al’Hanati. O músico e poeta carioca lança sua autobiografia, Não Se Preocupe Comigo (Editora GMT), e fala sobre os momentos essenciais de sua vida e carreira.

18h30

• Sarau Literário – Violência [deses]esperada, Violência [in]esperada, com o núcleo de leitura O Círculo. Leituras musicada de contos, crônicas e poemas de Rubem Fonseca, Bernardo Kucinski, Ivan Angelo, Deonísio da Silva , Angélica Freitas e outros.

Sexta-feira

17 horas

• Palestra – Rubem Fonseca: caminhos violentos, com Deonísio da Silva e mediação de Álvaro Costa e Silva (O Marechal). Estudioso da literatura brasileira pós-Golpe Militar, Silva abordará os principais aspectos da obra do escritor mineiro e homenageado da semana.

Sábado

17 horas

• Oficina – O Som e a Fúria do Vampiro, com Luiz Andrioli. O autor de O Silêncio do Vampiro irá conduzir uma roda de leitura com textos do contista que apresentam discussões sobre a violência.

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