Em outro tom durante a mesa “Os Imorais”, a pesquisadora Eliane Robert Moraes, especialista na obra do Marquês de Sade, falou em especial sobre a característica cômica do erotismo brasileiro, após pergunta enviada por alguém do público.
“A gente ri daquilo que a gente pode ter alguma dificuldade de falar, de tocar, e que mexe com nossos subterrâneos”, afirmou Eliane. Para ela, uma marca da literatura erótica do Brasil é o fato de ser cômica. Nós rimos muito do sexo.
“Algo próximo da erótica francesa”, segundo Eliane, “que tem muito do risível, mas é também um erotismo trágico, místico. Como dizia Mário de Andrade: ‘Junta dois brasileiros, tão falando porcaria’.”
Ela terminou a participação na mesa lendo um trecho do poema “Cantares de Sulamita I e II”, em que o escritor paranaense Dalton Trevisan faz também uma releitura erótica do texto bíblico “O Cântico dos Cânticos”.
Antes da leitura, Eliane pediu uma salva de palmas, e foi atendida com entusiasmo pela plateia, para os 90 anos de Dalton, celebrados no dia 14 de junho.
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