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140 mil pessoas compareceram ao Lollapalooza nos dois dias de shows. Festival estava organizado, mas teve problemas pontuais | Divulgação/ Lollapalooza
140 mil pessoas compareceram ao Lollapalooza nos dois dias de shows. Festival estava organizado, mas teve problemas pontuais| Foto: Divulgação/ Lollapalooza

Balanço

Veja o que funcionou e o que ficou devendo na edição brasileira do Lollapalooza:

• Vale o ingresso

Espaço

Gigantesco, o Jockey Club de São Paulo conseguiu comportar sem problemas as 140 mil pessoas que passaram por lá nos dois dias.

Pontualidade

À exceção do show do Racionais MC’s, que atrasou cerca de uma hora, a pontualidade foi britânica. Todos os principais shows começaram e acabaram na hora prevista.

Sem vips

Não havia área vip no Lollapalooza. A ordem de chegada era a que prevalecia.

• Precisa melhorar

Organização

Do lado de fora do Jockey, várias filas se encontravam, causando grande confusão na entrada. Havia poucos funcionários informando onde eram os portões.

Filas

Principalmente no primeiro dia, filas gigantescas se formaram em caixas, banheiros e bares. Mais vendedores circulando no Jockey resolveriam parte do problema.

Saída

O problema tange outras instâncias, mas sair do Lollapalooza era um desafio e tanto. Não havia táxis, ônibus e metrô que dessem conta de tanta gente.

  • No ano passado, um dos dias recebeu um público de 75 mil pessoas devido à grande procura de ingressos pelo show do Foo Fighters

O Lollapalooza colocou o Brasil definitivamente na rota dos grandes festivais internacionais. Duas décadas depois de surgir nos Estados Unidos, o evento criado por Perry Farrell –mimado vocalista da banda Jane’s Addiction – aconteceu pela primeira vez em terras brasileiras no último fim de semana, no gigantesco Jockey Club de São Paulo. Em dois dias de shows, 140 mil pessoas assistiram a 50 atrações nacionais e internacionais em cinco palcos. E, apesar de alguns problemas pontuais, a maioria delas deve ter saído feliz da vida.

A atração principal era a banda norte-americana Foo Fighters. O grupo do boa praça Dave Grohl tem uma legião de fãs que extrapola gerações, principalmente por conta do próprio Dave, hoje frontman enérgico, mas eterno baterista do Nirvana.

O show foi competente e empolgante, mas longe de ser histórico. Foram 26 músicas (hits como "My Hero", "Learn to Fly", "Generator" e "Everlong" estavam lá), um cover ("In the Flesh", do Pink Floyd) e uma participação especial (Joan Jett tocou e cantou em "Bad Reputation" e "I Love Rock ‘n’ Roll"). Em alguns momentos – como no qual Dave foi filmado com sua banda no camarim, antes de voltar para o bis – tudo parecia óbvio demais, quase forçado. O Foo Fighters, como se diz no futebol, jogou para a torcida. E se por um lado isso parece bobo, por outro é o que um fã de verdade quer ver, enfim.

Mas, além de assegurar o sucesso de público com bandas mainstream, um dos grandes diferenciais do Lolla é dar espaço a bons grupos em ascensão. Cage the Elephant, Band of Horses e Gogol Bordello endossam a tese.

A primeira é a sensação roqueira do cenário indie atual – formado em sua maioria por bandas que não devem passar do primeiro disco. Matt Schultz, vocalista do Cage, se jogou do palco durante a segunda música, dando indícios do que seria o show: vigoroso e barulhento.

Ainda no sábado, já durante o pôr do sol, a Band of Horses fez uma das melhores apresentações do Lollapalooza. O grupo liderado pelo excepcional vocalista Ben Bridwell – o sujeito com jeitão de caminhoneiro tem uma voz espacial – dá ainda mais valor à cena indie-folk de Seattle, mesma terra dos parceiros sonoros do Fleet Foxes.

Já no domingo, o único show que literalmente levantou poeira no Jockey foi comandado pelo punk cigano do Gogol Bordello, liderado pelo vocalista ucraniano Eugene Hütz. A apresentação foi avassaladoramente envolvente – mesmo sob um sol implacável de início de tarde. Em relação às bandas brasileiras, o Lollapalooza privilegiou aquelas com alta quilometragem, como O Rappa, Velhas Virgens e Racionais MC’s.

Os ingleses do Arctic Monkeys fecharam o evento com um show incomparável ao que se viu em Curitiba, em 2007 – experiência, claro, faz bem. O repertório se baseou no último disco, Suck It and See, e, para cantá-lo, Alex Turner assumiu uma postura que lembrava um Elvis Presley boçal. Não faltaram passadinhas de mão nos cabelos cheios de gel, ou alusões a garotas. Às vezes parecia que era tudo piada sem graça. Sorte que a banda que o acompanha é ótima e garante um show de rock que, se não é uma coisa de outro mundo, ao menos serve para fazer esquecer a chuva.

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