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Louise Bourgoin é a repórter Adèle Blanc-Sec: sucesso do filme já garantiu a produção de uma sequência | Divulgação
Louise Bourgoin é a repórter Adèle Blanc-Sec: sucesso do filme já garantiu a produção de uma sequência| Foto: Divulgação

O diretor e roteirista francês Luc Besson nunca escondeu sua predileção em trazer humor para filmes de aventura e ação. Exemplos como O Quinto Elemento, Táxi, Carga Ex­­plosiva e até o sensível O Profissional falam por si.

Assim, não é de se estranhar que ele tenha roteirizado e dirigido As Múmias do Faraó, baseado na obra de Jacques Tardi, um dos mais reconhecidos autores de quadrinhos da França.

Porém, antes de falar da adaptação de Besson, que estreia em Curitiba neste fim de semana, é preciso entender a que vem esta produção.

Não se trata de um filme sobre múmias, embora elas estejam presentes na trama, e sim de uma tradução fiel de As Aventuras Extraordinárias de Adèle Blanc-Sec, como o autor batizou, Luc Besson manteve, mas a versão brasileira omitiu.

De forma comparativa, seria como dar outro título aos quadrinhos As Aventuras de Tintin, do belga Hergé. A história Tintin no Tibete, por exemplo, se tornaria, pelo mesmo princípio adotado no Brasil no filme de Besson, Os Monges do Tibete. Uma mudança de foco, enfim.

A constatação é importante, pois a trama, de início, é um pouco confusa. Com um humor marcadamente francês, a história começa com a apresentação dos personagens por um narrador, que introduz o espectador no tempo (1911) e no espaço (Paris).

Algo similar ao visto no início de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet, mas sem a genialidade deste último.

O narrador explica que o antropólogo, especialista em história egípcia, professor Esperandieu (Ja­­cky Nercessian), sabe como reviver o que está morto. Com os conhecimentos antigos do povo do Nilo, ele traz à vida um pterodáctilo, que passa, mais tarde, a aterrorizar Paris.

Nesse contexto, é apresentada a protagonista: a repórter Adèle Blanc-Sec (Louise Bourgoin, de O Pequeno Nicolau). Disposta a curar sua irmã, que vive em estado vegetativo após um acidente, ela vai ao Egito roubar a múmia do médico do faraó Ramsés II, com a esperança que Esperandieu reviva o profissional egípcio.

Na fantasia criada por Tardi, os conhecimentos ancestrais podem salvar Agathe (Laure de Clermont-Tonnerre) de seu mal.

Com um humor que beira o pastelão, a narrativa flui entre a missão de Adèle e a caça ao animal jurássico, o tal pterodáctilo, pelos personagens secundários. Nesse meio, há o detetive trapalhão, o cientista apaixonado, o caçador maluco, entre outros coadjuvantes voltados ao alívio cômico do que se vê na tela.

Um destaque no elenco é Ma­­thieu Amalric (Conto de Natal, O Escafandro e a Borboleta) – que interpreta o vilão Dieuleveult e pode passar despercebido sob uma pesada maquiagem, que o torna quase irreconhecível.

Besson não é muito literal ao tratar da personagem Adèle em seu filme. Ensimesmada e cínica, a heroína de Tardi parece mal representada na versão cinematográfica. Como é criada para ser a primeira parte de uma franquia, As Múmias do Faraó, ou melhor, As Aventuras Extraordinárias de Adèle Blanc-Sec, já tem uma continuação encaminhada. Resta saber se o segundo filme fará jus à heroína de Tardi.

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