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Não sobre o Amor, peça de Felipe Hirsch, teve luzes embutidas por Beto Bruel: prêmio | Carol Sachs/Divulgação
Não sobre o Amor, peça de Felipe Hirsch, teve luzes embutidas por Beto Bruel: prêmio| Foto: Carol Sachs/Divulgação

Se há uma área em que a concorrência deu lugar à parceria é na iluminação cênica, ofício em que as novas tecnologias exigem atualização constante e profissionais apaixonados pelo métier são bem-vindos.

Quem pensa assim são Victor Sabbag, Wagner Cor­rea e Lucas Amado, integrantes da empresa Trio, que dá início hoje a uma série de palestras destinadas a compartilhar conhecimento sobre o assunto.

Para dar o pontapé inicial, nada melhor do que nossa celebridade das luzes, o premiado Beto Bruel. "Vou mostrar como fiz a luz de Não sobre o Amor, porque foi muito complicado", diz o iluminador, referindo-se ao espetáculo dirigido por Felipe Hirsch pelo qual recebeu o Prêmio Shell (2009). "E a do show em homenagem ao Legião Urbana, porque usamos um painel de led sobre os artistas, e isso ninguém tinha feito no Brasil."

Na peça, os atores movem-se dentro de um caixote de madeira, diante do qual não há um único refletor: toda a luz está embutida, e entra por orifícios.

Nas semanas seguintes, em outros quatro encontros, a equipe do Trio propõe começar com um nivelamento técnico sobre a arte de iluminar. Segue-se uma mesa-redonda sobre o processo de criação artística e o mercado de trabalho na área; e duas apresentações de Rodrigo Zanlorenzi sobre novidades de mídia, como o projeto em 3D – que permite mostrar ao cliente/grupo uma prévia realista do que se está propondo – e as dificuldades de padronização, num mercado que tem parte dos equipamentos analógica e parte digital.

Uma das tendências que certamente serão abordadas é o uso de luzes led, que duram mais em relação às lâmpadas comuns, mas produzem um brilho "branco" ou "azulado", em geral considerado inadequado para espetáculos, em que a preferência é por tons mais quentes, como o amarelo e o vermelho.

Formação

Como não existe uma graduação específica na área – a iluminação normalmente é contemplada com disciplinas dentro dos cursos de artes cênicas – a formação de profissionais se dá na prática. É uma carência que a Trio pretende ajudar a suprir. "A empresa quer desenvolver pessoas na área, com vários módulos de workshops como este. Teremos também showroom de mesas digitais", avisa Victor Sabbag, que conversou com a reportagem.

Curitiba tem pelo menos cinco empresas de médio ou grande porte na área de iluminação cênica, área em que os pagamentos são regulados pelo Sindicatos dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão.

O piso para projetos de iluminação é de R$ 1,750 mil, enquanto técnicos operadores de luz devem receber, no mínimo, R$ 35 por apresentação do espetáculo em que trabalham.

Se os valores são considerados desatualizados, uma perspectiva que anima os profissionais da área é a aproximação da Copa do Mundo no Brasil, em 2014. "A tendência é aumentar muito a demanda por serviços de iluminação", prevê Victor.

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