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Maazel se destacava pela precisão nos comandos | Marcelo del Pozo/Files/Reuters
Maazel se destacava pela precisão nos comandos| Foto: Marcelo del Pozo/Files/Reuters

O maestro e compositor norte-americano Lorin Maazel morreu no último domingo ,13, em sua casa, na cidade de Castleton, Virgínia, nos Estados Unidos. Ele estava com 84 anos. A morte foi causada por complicações de uma pneumonia, segundo Jenny Lawhorn, assessora do Festival de Castleton, criado por Maazel e realizado na fazenda do próprio maestro.

Lorin Varencove Maazel nasceu em Paris, em 6 de março de 1930. Na ocasião, seu pai, o cantor Lincoln Maazel, e sua mãe, a pianista Marie Varencove, estudavam música na França. A família se mudou para Los Angeles, nos EUA, onde Maazel começou a estudar piano aos cinco anos. Com sete, iniciou-se no violino. Maazel foi uma criança prodígio. Além da música, ele estudou matemática e filosofia. Falava fluentemente seis línguas (francês, alemão, português, espanhol e italiano, além do inglês).

Em 1960, com 30 anos, tornou-se o primeiro americano a dirigir o festival Wagner, em Bayeruth, na Alemanha. Em sua carreira, Lorin Maazel dirigiu 132 orquestras de diferentes países, incluindo a da Ópera de Viena e as filarmônicas de Londres e a de Nova York. Só no ano passado, o maestro conduziu 102 concertos em 16 países do mundo. Ele esteve várias vezes no Brasil. Aqui, dirigiu a Orquestra Sinfônica Brasileira, no Rio de Janeiro, e a Orquestra Experimental de Repertório, em São Paulo.

No Brasil

Ao público carioca, Lorin Maazel deixou uma boa última impressão. Ele abriu a temporada de 2011 da Orquestra Sinfônica Brasileira regendo todas as nove sinfonias de Beethoven, em seis concertos no Teatro Municipal do Rio (e ainda fez um sétimo na Sala São Paulo). A orquestra, então recém-reconstruída, soou madura, surpreendentemente coesa, sob seu comando. Um de seus grandes méritos no pódio era a precisão nos comandos. Era considerado um virtuoso da regência, por conta de seu detalhismo e de suas instruções precisas. Muitas vezes, o som que Maazel tirava das orquestras era seco, parecido com o de um dos seus ídolos na arte da regência, o italiano Arturo Toscanini, que, aliás, lhe deu um impulso no início da carreira ao convidá-lo a reger a Orquestra Sinfônica da NBC, em 1941, quando Maazel tinha apenas 11 anos.

O musicólogo Sylvio Lago assim o descreveu no seu livro A Arte da Regência: "Maazel é considerado por alguns críticos como uma personalidade cintilante, dotada do melhor estilo de direção. Sua técnica é clara, virtuosística, precisa no gesto, na mímica e elegante na expressão corporal".

Maazel deixa a mulher, a atriz alemã Dietlinde Turban Maazel, e sete filhos: Leslie, Orson e Tara, de seu casamento com Dietlinde, e Anjali, Daria, Fiona e Ilann, dos dois casamentos anteriores do maestro.

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