Encontro Explosivo (2010), mais recente filme de ação protagonizado pelos astros Cameron Diaz e Tom Cruise (que estiveram no começo deste mês no Brasil para promovê-lo), começa com uma trombada intencional do agente secreto Roy Miller (Cruise) na linda e loira mecânica de carros antigos June (Diaz), no aeroporto de Wichita, nos Estados Unidos.
O "encontro explosivo" levará a garota solitária e carente a se envolver em uma insana e nada convincente aventura pelos quatro cantos do mundo. Ao mesmo tempo, um sonho e um pesadelo, já que a moça não sabe se o parceiro, por quem está apaixonada, é herói ou vilão.
A ambiguidade seria interessante se o filme dirigido por James Mangold (de Johnny e June e Os Indomáveis) não tentasse tão forçosamente misturar ação e comédia. O engomadinho Cruise que de tão parecido com ele mesmo parece ter sido tirado de uma das três sequências de Missão Impossível, só que mais sorridente, pois se trata de comédia não se sai tão bem ao encarnar o agente foragido do FBI, que precisa a todo momento fazer uma piadinha satirizando os típicos espiões de filmes e seriados.
Quando June acorda em uma ilha deserta, após ser dopada por Miller, e pergunta a ele como foi entrar sozinha em um biquíni, o agente parodia McGyver. Diz que, se é capaz de salvar o mundo com um clipes e um chicletes, pode perfeitamente trocar a roupa de uma mulher de olhos fechados. "Bem, não que eu tenha feito isso...", completa.
São inúmeros os diálogos e cenas que apelam para canastrices como essa e exploram o corpo esbelto de Diaz e a barriga de tanquinho de Cruise. Apesar disso, o filme consegue, incrivelmente, prender a atenção graças às impressionantes cenas de ação realizadas em várias partes do mundo. Funcionam como uma espécie de disfarce milionário para o sofrível roteiro do estreante Patrick ONeill.
Uma das melhores sequências é a do casal que, ao fugir dos vilões hispânicos (outro estereótipo para lá de desgastado) de moto, em Sevilha, na Espanha, dá de cara com uma corrida de touros furiosos. Mesmo com tantas reviravoltas, o filme se torna tedioso em pouco tempo, pela total desestruturação narrativa e a falta de carisma da dupla principal (que está bem melhor como antagonistas no drama Vanilla Sky, de 2001).
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