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Simone Spoladore em cena de Louise/Valentina, espetáculo que ajudou a idealizar e que pretende trazer em breve para Curitiba | Hanna Jatobá/Divulgação
Simone Spoladore em cena de Louise/Valentina, espetáculo que ajudou a idealizar e que pretende trazer em breve para Curitiba| Foto: Hanna Jatobá/Divulgação

TRAJETÓRIA

Conheça peças, novelas e filmes dos quais Simone Spoladore participou

Teatro

- R, de Fernando Kinas (1997).

- Juventude, de Eugene O’Neil. Direção de Felipe Hirsch (1998)

- Onde Estivestes à Noite, direção de Edson Bueno (1999)

- A Peça sobre o Bebê, de Edward Albee. Direção de Aderbal Freire Filho (2003)

- Os Sete Afluentes do Rio Ota, de Robert Lepage. Direção de Monique Gardenberg (2004 e 2005)

- Apenas Fim do Mundo, de Jean Luc-Lagarce. Direção de Márcio Abreu (2005 e 2006)

- Não sobre o Amor, de Viktor Shilovsk. Direção de Felipe Hirsh (2009)

- Louise/Valentina, de Simone Spoladore e Felipe Vidal. Direção de Felipe Vidal (2010)

Televisão

Globo

- Os Maias, de Maria Adelaide Amaral (2001)

- Esperança, de Benedito Ruy Barbosa (2002).

- América, de Glória Perez (2005)

Record

- Bela, a Feia, de Gisele Joras (2010)

Cinema

- Lavoura Arcaica, direção de Luiz Fernando Carvalho (2001)

- Desmundo, direção de Alain Fresnot (2002)

- Vestido de Noiva, direção de Joffre Rodrigues (2006)

- O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger (2006)

- Canção de Baal, direção de Helena Ignez (2007)

- Elvis & Madona, direção de Marcelo Lafitte (2008)

- Natimorto, direção de Paulo Machline (2009)

- Insolação, de Felipe Hirsh e Daniela Thomas (2009)

Quem acompanhou os últimos festivais de cinema pelo país, viu o rosto delicado, de pele clara, sardas e olhos grandes e expressivos da atriz curitibana Simone Spoladore protagonizar os papéis femininos de alguns dos mais destacados filmes recentes. Mas não é de hoje que Simone se destaca por sua atuação seja no cinema, no teatro ou na televisão. Quatro anos após estrear no cinema com Lavoura Arcaica, de 1998, dirigido por Luiz Fernando Car­valho, que entraria para a história da retomada da produção nacional, a atriz recebeu o prêmio APCA por sua participação em Desmundo, de Alain Fresnot. Lá se vão 15 anos, 15 peças e 15 filmes desde que Simone começou a atuar, ainda adolescente, em Curitiba. Ela comemora o número do melhor modo possível: trabalhando muito para dar conta dos inúmeros trabalhos que, aos 31 anos, se apresentam em um mo­­­mento que considera de amadurecimento. "É uma fase muito boa, de abertura, trabalhei muito nos últimos anos e amadureci como pessoa e como profissional", diz.

Humor e leveza

Simone não anda se levando muito a sério. Isso não significa menos trabalho ou irresponsabilidade. "O humor entrou na minha vida de uma maneira mais forte. Estou em busca de leveza tanto na vida pessoal como profissional porque, neste mundo em que vivemos, só com humor e alegria é possível seguir em frente", diz.

Talvez por isso ela se divirta tanto fazendo sua primeira vilã na televisão, a mega malvada Ve­­­rô­­nica, da novela Bela, a Feia, da TV Record. "As pessoas a detestam, mas se aproximam de mim rindo e dizendo ‘Você, hein?’. Acho que é porque interpreto sem me levar tanto a sério, e acho que o público deve enxergar isso", analisa.

Bela, A Feia fez com que Simone esticasse sua temporada, que já dura seis anos, no Rio de Janeiro, mas em breve ela pretende buscar suas coisas nas casa dos pais, em Curitiba, e se mudar para São Paulo, onde acaba de finalizar a temporada de Louise/Valentina, um monólogo idealizado e roteirizado por ela e pelo diretor Felipe Vidal sobre a vida da atriz do cinema mudo Louise Brooks (1906-1985) e da personagem em quadrinhos Valentina, criação do italiano Guido Crepax.

As duas personagens, uma real e uma fictícia, têm muito a ver com a atriz que lhes dá vida. "Queria fazer algo que não estivesse fora de mim, mas que revelasse um pouco das minhas próprias questões", diz Simone. Sua paixão pelo cinema é uma delas, em uma peça que dialoga com a sétima arte, seja por causa de Louise, musa dos filmes mudos, seja pelos enquadramentos cinematográficos da HQ.

"Valentina é uma mulher que se relaciona com o próprio corpo com liberdade, mas, como disse Crepax, é ao mesmo tempo de carne e osso, dona-de-casa, mãe, o que mostra bem a situação da mulher atual, que está se revirando em vários papéis."

Por causa de Louise, Simone trouxe a dança à cena, relembrando os anos em que fez balé na Escola de Dança do Teatro Guaíra. Por causa do balé, aliás, resolveu estudar teatro, aos 13 anos. "Vivi uma crise de adolescência – naquela época, me levava bastante a sério, ainda bem que fiz 30! (risos) –, decidi ser bailarina, mas aí senti falta do teatro, me sentia mais livre", conta.

A atriz, que pretende trazer a peça para Curitiba em breve, tem vários sonhos e projetos de longo prazo. No teatro, quer fazer mais clássicos: Chekov, Shakespeare, Brecht, Beckett. No cinema, almeja dirigir. Mas não tem pressa. "É algo que estou cultivando, pode ser daqui a 20 anos", diz a moça, que já se prepara para contracenar com o dramaturgo londrinense Mario Bortolotto em Nove Crônicas para um Coração aos Berros, primeiro longa de Gustavo Galvão.

Simone não esconde sua paixão. "Tive experiências mais fortes no cinema, é algo que me absorve. Gosto do set; do trabalho do diretor – a gente leva, às vezes, um dia inteiro para fazer uma, duas cenas –, da relação do ator com a câmera, que é muito intensa", diz. Mas se dedica com a mesma energia ao teatro e ao cinema. "A tevê é quase um grande improviso, a gente tem de estar muito atenta, grava-se 15, 20 cenas por dia. E o teatro tem uma relação direta com o público, de que gosto muito".

Com o fim da novela, Simone pretende fugir um pouco da rotina atribulada. "Quero descansar, viajar para o exterior para fazer um curso", conta. Não está descartado um pulo em Curitiba para matar a saudade. Dos pais, da confeitaria Blu­­menau e dos passeios na Rua XV.

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