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Com "Páginas da Vida" polemizando e dividindo opiniões dos telespectadores por conta de cenas de nudez e depoimentos ousados, o autor da novela, Manoel Carlos roubou a cena no programa "Sem Censura", comandado por Leda Nagle, nesta terça-feira, na TVE.

Durante o bate-papo, o novelista afirmou que "Páginas" começou mesmo com polêmica, mas se disse surpreso com a repercussão da nudez de Ana Paula Arósio.

- Surpreendi-me. Foi uma nudez para o marido. Ela havia se casado. Há cursos de strip-tease no Rio. Foi feito com muito bom gosto. A cena foi feita na sombra, com cuidado, dentro do contexto da novela. Respeito a opinião dos outros. Mas tem uma coisa: quem gosta não se manifesta. Recebo muitos protestos, mas também tantas manifestações de carinho - contou Manoel Carlos, que defende uma nudez sem vulgaridade, com critério. - Há até pedidos para que a cena seja reprisada - completou.

Questionado sobre a morte da personagem Nanda (Fernanda Vasconcelos), ele foi categório: "Tô pensando em matar a Nanda, sim".

E acrescentou:

- Ator gosta de drama. Em "Mulheres Apaixonadas", a personagem da Maria Padilha era feliz demais, bem-sucedida, tinha tudo, sem problemas. E ninguém gosta de felicidade. Daí arrumei um câncer de mama para ela. Gosto de campanhas sociais nas minhas novelas. Agora será a Síndrome de Down. Ainda hoje, no Rio ou São Paulo, ainda tem muita mãe que pede ao filho que saia da sala quando chega visita em casa.

Manoel Carlos defendeu no "Sem Censura" que uma novela não pode ser só entretenimento.

- São mais de 200 capítulos. Quase um ano no ar. Não posso imaginar que seja só para entretenimento. A novela tem que abrir caminhos - pensa.

Sobre o polêmico depoimento da dona-de-casa de 68 anos de Madureira

- Eu mesmo selecionei os seis primeiros depoimentos. O vi um mês atrás. Foi um erro de avaliação. Mas achei tão sincero, de uma força. Uma dona-de-casa, mãe de família, humilde. Achei aceitável. Mas no sábado, quando terminou de passar o depoimento vi que ia ter problemas. Foi um erro meu. Poderia ter cortado duas ou três palavras. Nem foi o Jayme (Monjardim, diretor da novela). Eu pisei na bola, como dizem - disse o autor, que garantiu que, apesar da polêmica, os depoimentos continuam e já foram gravados no Rio, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre. - Os depoimentos são colhidos na rua. E fazem fila. Todo mundo quer participar - explica Maneco.

- Cheguei a cortar um depoimento que gostei muito, de uma mãe contanto que a filha de 10 anos tentou o suicídio e ela quis ir junto com a menina, mas achei excessivo. Mantemos uma vigilância, não colocamos qualquer coisa no ar não - defendeu-se.

Durante o bate-papo, o novelista reiterou que, apesar de se passar no Leblon, "Páginas da Vida" não é uma trama realista, é uma novela de ficção mesmo.

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