Marco Ricca vive Ricardo III pelas mãos de Jô Soares

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A história de um vilão maquiavélico, frio e sedutor, que faz do espectador um cúmplice em sua escalada ao poder. Assim é "Ricardo III", peça escrita por William Shakespeare traduzida, adaptada e dirigida por Jô Soares, que estréia dia 27 de maio, em São Paulo, com grande produção e atores à altura, como Marco Ricca, Denise Fraga e Glória Menezes.

O espetáculo entra em cartaz no Teatro FAAP, onde o público assistirá à uma complexa rede de intrigas e conflitos envolvendo o vilão vivido por Marco, Ricardo III, último rei da Inglaterra da casa dos York, entre 1483 e 1485, em quem Shakespeare se baseou para criar um de seus personagens mais terríveis.

O duque de Gloucester se transforma em Ricardo III depois de uma série de atos de crueldade como o desaparecimento de seus sobrinhos e o assassinato de inimigos e de sua própria esposa. Em agosto de 1485, ele morre na Batalha de Bosworth Field, onde, segundo Shakespeare, suas últimas palavras foram "meu reino por um cavalo".

Escrito entre 1592 e 1593, o texto é carregado de valores e signos do Renascimento, período que rompe com a Idade Média, valorizando o humanismo, a racionalidade e o rigor científico. Mas, de acordo com o intérprete do vilão shakespeariano, Marco Ricca, é uma história atemporal sobre o ser humano, que se concentra na luta pelo poder.

- Não foi feita uma adaptação que trouxesse a peça para um tempo atual. Se fala do que Shakespeare escreveu, com sua habilidade de lidar com o homem e a profundidade de suas relações - afirmou o ator, um dos integrantes da 5 Produções, produtora que estréia com esta montagem e da qual também fazem parte Denise Fraga e Fábio Assunção, entre outros.

- Há muito tempo eu tinha vontade de fazer Ricardo III. Estou há um ano trabalhando com o Jô para montar o espetáculo - disse Marco.

Nesse período, um dos maiores desafios era tornar o texto atraente para o público, já que é muito conhecido no exterior e pouco montado no Brasil.

- Se a gente conseguir isso, será um mérito do Jô, que não perde a poética nem coloca Shakespeare num pedestal. A peça não é só trágica. Tem comunicabilidade com a platéia e é engraçada - disse.

Se a peça vai ser sucesso ou não é uma incógnita. Porém, os produtores do espetáculo apostam não somente em nomes consagrados no elenco, mas também em atores conhecidos do teatro paulista, entre eles Ary França, Maria Manoella, Rodrigo Lombardi e Roney Facchini.

- Estou falando de grandes atores, um cenário enorme e figurino bem cuidado. Quando abrir o pano, as pessoas vão se emocionar - ressaltou Ricca.

Para quem não puder ver de perto o resultado no palco, o texto do espetáculo será lançado em breve pela coleção Aplauso, editada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.