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Acorda Zé! A Comadre Tá de Pé! fala de um preguiçoso instado pela Morte a se virar | Adalberto Lima/Divulgação
Acorda Zé! A Comadre Tá de Pé! fala de um preguiçoso instado pela Morte a se virar| Foto: Adalberto Lima/Divulgação

Os tipos queridos pela commedia dell'arte ganham corpo e voz brasileiros em Acorda Zé! A Comadre Tá de Pé! (confira o serviço completo do espetáculo), que fica desta sexta-feira até domingo no Teatro da Caixa.

O grupo carioca Moitará apresenta o protagonista Zé-di-Riba como um típico arlequim. "Que raios é isso?", diria o próprio. "É um arquétipo da comédia italiana, um preguiçoso, inventador de históricas e que não sabe ler – mas, se for preciso, ele inventa", contou à Gazeta do Povo o diretor do grupo, o piauiense Venício Fonseca.

A ideia cai bem neste momento de retomada da arte da palhaçada no teatro brasileiro. Apesar de ter o enredo na cabeça há 18 anos, só no ano passado Fonseca lhe deu texto e vida, com estreia no Rio de Janeiro.

A história é inspirada em cinco contos populares nordestinos: "O Vaqueiro Que Não Mentia", "A História de João Grilo", "As Aventuras de Pedro Malazarte", "O Preguiçoso" e "A Comadre Morte". "São tradições orais que já eram pesquisadas pelos ensaístas Sílvio Romero e Luís da Câmara Cascudo", explica o diretor.

Zé, em toda sua preguiça, enrola a mulher Maria para não precisar trabalhar. Mas o momento é tenso: um eclipse se abate sobre a roça, com todo o mau presságio que, no pensamento popular, traz consigo. O que este novo "macunaíma" faz é aproveitar o escurinho para dormir – momento em que a Comadre Morte, ou Caetana, no sertão, aparece em seus sonhos para aconselhá-lo a mudar de vida e pegar no pesado.

Ainda no sonho, ele cria vergonha na cara e vai pedir emprego na fazenda do "coroné" Leitão – mas lá arruma confusão, porque o capataz do local é seu arquirrival. Essa é a trama que embala a comédia com características do teatro do improviso.

O grupo se encantou com a possibilidade de adaptar e encenar no país histórias envolvendo figuras típicas do século 15, mas que encontram ressonância em personagens rurais brasileiros.

Máscaras

O grupo Moitará trabalha há 22 anos com máscaras de diferentes tipos. Em Acorda Zé... elas são fixas e cobrem meio rosto.

Outro destaque da montagem é a trilha sonora tocada e cantada ao vivo pelos próprios atores. Com autoria de Mauro Menezes, eles fazem uso de rabeca, sanfona, viola, violão, pandeiro e triângulo.

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