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A atual formação do grupo de música instrumental, que foi criado em 1962, existe desde 1997 | Divulgação
A atual formação do grupo de música instrumental, que foi criado em 1962, existe desde 1997| Foto: Divulgação

A atual formação é de 1997, o que já totalizaria um tempo de carreira considerável. Mas a filosofia do grupo instrumental Quinteto Villa-Lobos – que inclui a eliminação de barreiras entre as tradições erudita e popular e a valorização da música de câmara brasileira – está prestes a completar 50 anos, e com as atividades em alta. Um exemplo é a turnê brasileira que o conjunto inicia amanhã, em Curitiba, com um show às 20h30, no Teatro do Paiol, baseado na obra do compositor Ernesto Nazareth.

Formado por Antonio Carlos Carrasqueira (flauta), Luis Carlos Justi (oboé), Philip Doyle (trompa), Aloysio Fagerlande (fagote) e Paulo Sergio Santos (clarinete) – o integrante mais antigo, com 38 anos de estrada –, além do percussionista convidado Oscar Bolão, o Quinteto apresenta músicas famosas de Nazareth, como "Odeon" e "Brejeiro", e outras significativas da carreira do compositor. "A ideia do repertório do show é mostrar diferenças e similaridades, e os diferentes gêneros que Nazareth explorou, como polcas, valsas, tangos. Quisemos reunir uma amostra ampla da produção dele, que é um dos símbolos da amálgama da música erudita com a música popular brasileira", diz o fagotista do grupo, Fagerlande.

A turnê, que passa ainda por Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, promove o lançamento do disco Ernesto Nazareth (Kalamata Música, 2011), uma reedição do CD que foi encartado no livro Ernesto Nazareth, Pianeiro do Brasil, escrito por Haroldo Costa e lançado pela editora ND Comunicação, em 2005. "Sempre achamos que o CD mereceria ter vida própria", diz Fagerlande.

O repertório do show inclui ainda as obras "Atraente", de Chiquinha Gonzaga, e a Suíte Popular Brasileira, de Heitor Villa-Lobos – de acordo com o fagotista, para contextualizar o trabalho de Nazareth. "Eles foram contemporâneos, e achamos importante situar o Nazareth nesse época", diz o músico, que conta sobre a marginalização que a obra do compositor sofreu por misturar erudita com o universo popular.

"Ele ficou um pouco esquecido, porque foi considerado um ‘pianeiro’, um compositor menor. Mas foi redescoberto com o lançamento do disco Arthur Moreira Lima Interpreta Ernesto Nazareth pela Discos Marcus Pereira, em 1975. Isso resgatou o compositor e o choro para o erudito", conta Fagerlande. "Mas o próprio Villa-Lobos já o admirava profundamente, e o considerava um dos compositores mais importantes do Brasil", relata.

Resgate

As gravações têm sido frequentes na carreira do Quinteto Villa-Lobos – um reflexo da ideia de resgate e registro da memória musical brasileira que acompanha o grupo. "É nossa obrigação enquanto músicos brasileiros. Se a gente não resgatar nomes como Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Francisco Mignone, quem vai fazer? Não é que vamos tocar só musica brasileira – também podemos tocar, por exemplo, Beethoven. Mas temos que desenvolver uma tradição de musica brasileira."

Serviço

- Quinteto Villa Lobos – Ernesto Nazareth.- Teatro do Paiol (Lgo. Guido Viaro, s/n.º), (41) 3213-1340.- Amanhã, às 20h30.- A entrada é franca. Os ingressos devem ser retirados no teatro uma hora antes do início do espetáculo.

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